Velhice é tema de reportagem de capa da revista Isto É

A revista semanal Isto É, publicada pela Editora Três e nas bancas no dia 28 de maio, trouxe na capa o tema do envelhecimento. Idosos “jovens”, que praticam esportes e continuam ativos profissionalmente e na vida amorosa são os principais entrevistados.

Maria Lígia Pagenotto *

 

Envelhecer-bemNa capa, a seguinte chamada: “Envelhecer bem: os segredos de quem tem qualidade de vida na terceira idade e o que fazer para chegar lá de forma produtiva e feliz. Saiba quais são as oportunidades de trabalho , lazer e bem-estar para os idosos no Brasil”. A reportagem é assinada por Débora Rubin e Paula Rocha.

A inciativa de colocar o tema na capa mostra de forma irrefutável como a questão do velho no país vem ganhando corpo e conquistando espaços nobres. Hoje já se fala numa revolução nesta geração que tem pouco mais de 60 anos – serão eles os responsáveis por modificar o estigma que a velhice carrega em nossa sociedade.

Como jornalista e mestre em gerontologia, reconheço todo este esforço da Isto É neste sentido. Prova ainda de que o mercado publicitário também reconhece o velho como um ser ativo, participativo, com renda, com projetos, sonhos e, especialmente, consumindo.

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Envelhecer-bem

Para ter uma velhice satisfatória, não é preciso estar 100% bem de saúde. Até porque será que existe alguma fase da vida em que nos encontramos assim? Um dos pontos positivos da reportagem, a meu ver, foi colocar a fala do cantor Sérgio Reis, de 70 anos, relatando como faz para driblar a impotência sexual. Os problemas de saúde que enfrentou não foram suficientes para tirá-lo dos palcos e isso é realmente surpreendente. É possível reinventar a vida, mesmo após um momento de grave doença, de luto, de dor.

Minha crítica fica para o fato de haver poucos relatos como o de Sérgio Reis. Acredito que seria interessante para o público leitor ter mais contato com histórias de superação do porte da do artista. Também critico um pouco o tom de “cartilha” da reportagem e os estereótipos de velhos radicais, com suas motocicletas e corpos joviais.

Velho pode ser velho mesmo, sem precisar parecer jovem, e por conta de tudo isso, ser muito feliz. Acho que essa tal revolução da velhice passa um pouco por aí. Faltaram mais exemplos deste naipe, mas num contexto mais amplo, o texto da Isto É surpreende pelo inusitado do tema exposto e pelo amplo espaço dado para a discussão da longevidade.

* Maria Lígia Pagenotto é jornalista e mestre em Gerontologia pela PUC-SP. É membro associado do OLHE – Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento e integra a Equipe Portal. E-mail: [email protected]

 

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