Vá para os aposentos, mas abra suas gavetas!

A importância de preparar os idosos para uma nova atividade, capacitando-o e dando suporte psicológico para superar todas essas mudanças mostra que é preciso pensar não somente nos aspectos financeiros. As perspectivas humanas também deveriam ser vistas pelo Estado que tem o dever de agir com igualdade, condenando a exploração da mão de obra do idoso.

Cristiane T. Pomeranz *

 

va-para-os-aposentos-mas-abra-suas-gavetasParticipar do NEPE – Núcleo de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento da PUC-SP possibilita uma amplitude ainda maior sobre temas relevantes ao longeviver.

Os debates pensados pela Gerontologia Social da PUC-SP, agora em parceria com o Itaú Viver Mais, traz profissionais familiarizados com o tema do envelhecimento, favorecendo assim, o refletir sobre a velhice. O Ensino da Gerontologia da PUC é engrandecedor e transforma os profissionais das diversas áreas que passam pelo programa. Compreender o envelhecimento vai além dos livros.

A vida acadêmica nos faz pensar e fundamentar as diversas práticas em pesquisas que fazem do estudo da Gerontologia Social uma questão sine qua non para quem quer expandir o seu pensar sobre o envelhecer.

Sempre, ao final de cada mês, somos convidados a dividir saberes e a refletir sobre o tema. Segundo a professora Ruth Gelehrter da Costa Lopes do Mestrado em Gerontologia da PUC-SP, o envelhecimento é uma proposta de vida e não de morte. Faz-se necessário ser debatido.

No final de setembro, o NEPE foi um convite a pensar sobre o que iremos fazer depois do trabalho. Mas que fique claro que não estamos nos referindo ao Happy Hour no bar da esquina.

É preciso pensar, desde sempre, em como vamos viver nossa aposentadoria já que esta é uma fase longa, que pode durar 30 anos e que deve ser vista com importância, inclusive pelos jovens trabalhadores.

A palestra do Procurador Federal e Professor da PUC Maurício Maia foi repleta de clareza. Sua preocupação em não se apoderar de termos restrito aos advogados mostrou que o NEPE deve ser para todos.

Os problemas da previdência foram abordados assim como as regras de transição que precisam se adequar às novas normas. É preciso aumentar o tempo de trabalho e isso é evidente, assim como é preciso respeitar os direitos adquiridos do trabalhador que sofrerá a mudança.

A importância de preparar os idosos para uma nova atividade, capacitando-o e dando suporte psicológico para superar todas essas mudanças mostra que é preciso pensar não somente nos aspectos financeiros. As perspectivas humanas também deveriam ser vistas pelo Estado que tem o dever de agir com igualdade, condenando a exploração da mão de obra do idoso.

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E já que somos todos iguais, segundo o Procurador, só é efetiva essa igualdade se olharmos e reconhecermos as diferenças.

Em seguida foi a vez da fala de Lúcia França, professora titular do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira do Rio de Janeiro. Lúcia nos fala da importância de planejar o futuro em um amplo sentido. Planejamento que ela compara a obra do artista espanhol Salvador Dali.

va-para-os-aposentos-mas-abra-suas-gavetasNa obra Vênus com Gavetas, Dali, que tinha os sonhos e o mundo ilusório como tema, faz uso da simbologia das gavetas num momento histórico onde a psicanálise modifica a maneira de pensar o sujeito. Teorias sobre o inconsciente revolucionam o pensar.

Segundo a palestrante, deveríamos viver e guardar aquilo que realmente vale a pena ser vivido.

Relacionamentos com as pessoas deveriam ser guardados nas “gavetas”.

Um grande amor! Já para a gaveta!

Convívio familiar e social! Gaveta.

Algum dinheiro poupado! Nesta gaveta ele não será desvalorizado.

Enfim, planejar o viver para o tempo futuro. Em todas as formas de envelhecer com qualidade.

Não espere o Estado se responsabilizar por tudo! Lúcia ressalta a importância de mantermos atitudes positivas em todos os sentidos da vida. Para o presente e para o futuro longevo.

Assim como a Vênus de Dali. Minimize as perdas que vêm com o envelhecimento cultivando uma vida que faça sentido, mas ao envelhecer, abra suas gavetas.

A essência do existir deve estar ali guardada.

(*)Cristiane T. Pomeranz é arteterapeuta, entusiasta da vida e da arte e mestranda em Gerontologia Social PUC-SP. E-mail: [email protected]

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