Um asilo para idosos que usam drogas

Há um ano e meio, Ronald era um sem-teto mas agora ele mora em Woodstock, que fica no centro de Haia, a capital política holandesa.

 

Perturbado

Ainda que Ronald tenha 45 anos de idade, ele se sente muito mais velho. Ele usa heroína, cocaína e LSD há 25 anos, o que deixou sequelas. Ele é frágil, se sente cansado facilmente, perturbado.

Isso ele também nota em outros moradores de Woodstock: “Reconheço os mesmos problemas em um monte de gente por aqui. Tem alguns que estão até piores que eu, que possuem o corpo totalmente esgotado. Eles estão super cansados e esquecidos. Eu também noto que eu também esqueço as coisas facilmente”.

Muitos dos moradores se locomovem com um andador ou uma scootmobiel, uma espécie de cadeira de rodas configurada como uma motoneta. Em comparação com outros idosos, os viciados em drogas precisam de muito mais cuidados.

Envelhecendo
Na Holanda, o número de dependentes químicos idosos aumentou de 4200 para 11.000 em dez anos. O Centro Europeu para as drogas (EMCDA) prevê que em 2050 um quarto dos viciados em drogas terão mais de 65 anos.

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Os moradores de Woodstock são pessoas idosas que a muito tempo usam drogas e já tentaram muitos tratamentos terapêuticos. Mas não lhes foi possível ficarem livres das drogas. Os dependentes químicos que moram aqui são acompanhados por médicos e podem utilizar drogas.

Seguro de Saúde
Nils Hollenborg trabalha como psiquiatra em Woodstock. Segundo ele, esse asilo para deficientes químicos é algo típico holandês: “Eles podem vir pra cá a partir dos 45 anos. Pode parecer que eles ainda não são tão velhos, mas para quem utiliza drogas por 20 anos essa idade é bastante avançada. E você vê isso também nas pessoas. Elas são velhas.”

Ronald não pode mais morar sozinho. Por isso que ele passa seus dias em Woodstock, onde ele recebe duas doses de heroína e metadona por dia, cujos custos são cobertos pelo seguro de saúde. De vez em quando ele ajuda na cozinha do asilo. À noite ele costuma ficar no seu quarto, tranquilo. Ele já parou de tomar bebidas alcoólicas.

E ainda que receba drogas como medicamento, usa também cocaína algumas vezes por semana. Ronald não consegue imaginar sua vida sem drogas: “Muitas vezes eu tentei parar, mas nunca consegui. E eu não acho que um dia eu pare com as drogas”.

Sociedade
Ronald precisa pagar pela cocaína extra que ele usa. Graças ao trabalho dele na cozinha do asilo ele ganha um dinheirinho, mas ele também trabalha para se manter ocupado. Dessa forma ele não se vê tentado a usar ainda mais drogas. No passado ele foi preso algumas vezes por roubos e outros crimes.

O psiquiatra Hollenborg diz que todos os velhinhos desse asilo têm passagem policial, mas que a vida deles mudou desde que chegaram ao Woodstock. Ficou mais fácil largar as atividades criminais. Os moradores recebem drogas e podem fazer algum tipo de trabalho, o que faz com que eles não causem mais transtornos à sociedade.

Fonte: Radio Nederland Wereldomroep, 18/02/11 – Por Belinda van Steijn. Disponível Aqui 

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