Ser multitarefa pode te derrubar – Semana de prevenção de quedas

Ser multitarefa pode te derrubar – Semana de prevenção de quedas

De 23 a 30 de junho estamos comemorando a Semana de Prevenção de quedas de 2017. Neste período, muitos serviços se dedicam a oferecer palestras, oficinas e capacitações para a população sobre esse assunto preocupante: as quedas!

 

Este ano o tema principal é a Dupla tarefa. Vou focar aqui na dupla tarefa mas reconhecemos que em várias situações cotidianas nos dedicamos a realizar simultaneamente três e até mais tarefas ao mesmo tempo, por exemplo: Dirigir, conversar com alguém que está ao nosso lado no carro, checando rapidamente uma mensagem que chegou ao celular enquanto o rádio do carro toca nossa música preferida, aumentamos um pouquinho o som… “ quem nunca”?

Estamos na era do “multitasking” , somos a “ geração multitasking”. Certo, estamos nos programando para isso e conheceremos os prejuízos nos próximos anos. Mas vamos pensar nos 60+. Realizar duas ou mais tarefas simultaneamente ao caminhar, aumenta o risco de cair. Sempre que realizamos duas ou mais tarefas estamos dividindo a nossa atenção entre elas e consequentemente acabamos prejudicando uma ou todas as tarefas que estamos executando simultaneamente.  Nos jovens o prejuízo acaba sendo menor mas na população idosa as tarefas podem ser comprometidas e colocar em risco sua saúde e segurança.

Claro que tarefas do cotidiano, de baixa complexidade não oferecem tantos riscos, mas se uma das atividades executadas, exceder a capacidade do sistema cognitivo ou motor, uma atividade irá se sobrepor a outra e o prejuízo estará posto. Frequentemente, este prejuízo é a queda.

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Na população 60+, a busca pela concentração focal ao executar atividades simultaneamente, diminui o equilíbrio e ao ter esta percepção o idoso, muitas vezes, começa a evitar algumas tarefas. Sentimentos negativos como medo, apreensão, tristeza desânimo que levam a diminuição de atividades físicas e consequentemente da mobilidade podem surgir e impactar na qualidade de vida.

 A campanha de prevenção de quedas deste ano quer chamar a atenção para este tema importante e alertar idosos e familiares sobre estratégias que minimizem os danos. A capacidade física individual (força muscular, mobilidade, equilíbrio, visão) nos auxiliam ao responder as ameaças provenientes da execução simultânea de tarefas, por isso, praticar atividade física é sempre recomendado quando pensamos em prevenir quedas. A priorização de tarefa também é uma estratégia para diminuir os riscos. Você precisa mesmo atender ao telefone enquanto caminha ou pode parar um minuto, atender a chamada e depois seguir sua caminhada? Outro ponto importante é reconhecer os riscos. Quando percebemos que estamos nos desafiando ao realizar atividades simultâneas, agimos de forma mais cautelosa e nos protegemos. Mas é preciso exercitar essa “percepção” de si, de seus limites e desafios. Pesar na balança o que vale mais a pena e se vale a pena correr o risco.  O grau de complexidade das tarefas executadas é particular, singular a cada um de nós. É importante reconhecer que, enquanto meu vizinho caminha e digita no celular passeando com o cachorro, eu posso não ter a mesma habilidade. E se assim for, o que devo priorizar?  Como posso treinar minhas habilidades? Sim, devemos buscar melhorar e treinar nossas habilidades, físicas e cognitivas, e não abandonar e evitar situações por que acreditamos não sermos mais capazes de executar.

Reconhecer o perigo, priorizar a atividade que devemos focar nossa atenção, proteger- nos dos riscos identificados e buscar treinamento que estimulem a execução de dupla tarefa é uma receita eficiente que pode auxiliar muito na prevenção das temidas quedas.

 

 

Gabriela Correia

Fisioterapeuta. Mestre em Ciências (USP). Pós-Graduada em Gerontologia Social (PUC-SP). Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia. Colaboradora do Portal do Envelhecimento. E-mail: [email protected]

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Fisioterapeuta. Mestre em Ciências (USP). Pós-Graduada em Gerontologia Social (PUC-SP). Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia. Colaboradora do Portal do Envelhecimento. E-mail: [email protected]

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