São Paulo e suas opções de acolhimento

Em setembro, o jornal “Folha de S.Paulo” publicou uma matéria sobre os serviços que São Paulo oferece a seus 900 mil idosos. Você pode perguntar: mas esse número é verdadeiro? Grande assim?

 

sao-paulo-e-suas-opcoes-de-acolhimentoNós responderíamos afirmativamente e ainda diríamos que tende a aumentar numa proporção “quase” assustadora e preocupante: 8% dos moradores já passaram dos 65 anos, de acordo com o último Censo do IBGE, de 2010. Desde 1991, essa proporção quase dobrou.

Pensando nisso, o texto traz algumas opções de acolhimento para a terceira idade: desde centros de atividades para os mais velhos passarem só o dia até os sofisticados residenciais especializados. Diante de um quadro vasto de possibilidades, ainda existem dúvidas sobre a melhor alternativa para quando os parentes não puderem oferecer companhia ou cuidados diários.

Para Wilson Jacob Filho, que dirige o serviço de geriatria do Hospital das Clínicas, a melhor opção ainda é a própria casa: “Ele já conhece o ambiente, se sente mais seguro e pode preservar a própria identidade. Só que precisa avaliar a capacidade dele de se cuidar”. Acreditamos que não só, temos que ver se a família tem condições psicológicas e financeiras para lidar com alguém muito dependente.

Para a geriatra Cybelle Diniz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na hora da decisão deve pesar mais a lucidez: “Tem de avaliar se a pessoa apresenta alterações como irritação.” Nessa hipótese, diz, uma casa de repouso pode ser mais indicada porque poupa conflitos na família.

Experiências particulares

Entre os exemplos citados na matéria, destacamos alguns. Um deles é de Lilly Grossmann, 90, que tomou uma decisão, alguns diriam radical ou arrojada: “vendeu a casa, doou os móveis e aportou com malas e retratos da família em um flat de alto padrão para idosos perto da avenida Paulista”. Ela conta: “Não quis morar com minhas filhas porque sou muito independente. E elas ficariam dependentes de mim se eu morasse com elas. Se quero ter privacidade, faço crochê no meu apartamento. Se quero sair para a rua, não me impedem”.

Outro exemplo é o de Ana Lyrs, 87, que para não depender dos filhos, escolheu um residencial para a terceira idade depois de ter morado sozinha por um ano e meio: “Era muita solidão. O dia ficava comprido e eu me cansava de tanto ler e ver TV”. Neste caso e em tantos outros, as residências passam a ser uma possibilidade real e, acima de tudo, não solitária para o idoso.

Ter companhia, para Cassiano dos Santos Neto, 66, foi prioridade na decisão. Ele divide seu quarto com outros três senhores na Morada São João, no centro. O local, mantido pela prefeitura desde 2010, oferece 210 vagas para idosos encaminhados pelo serviço social. Pai de três filhos, ele afirma: “É uma família que eu achava que nunca iria ter”.

Segundo o médico geriatra Clineu Almada Filho, da Unifesp, as vantagens das clínicas de repouso são, sobretudo, sociais: “Sozinha em casa, a pessoa fica privada do convívio, principalmente se tiver pouca mobilidade”. Ele recomenda checar as instalações e a existência de serviços como enfermagem e fisioterapia.

Resistência

Ainda é comum a resistência da família sobre os residenciais e demais instituições de longa permanência. Erika Weber, 47, que mora com o pai no Itaim Bibi afirma: “É uma maldade colocar numa casa de repouso depois que eles cuidaram da gente a vida toda”. O senhor Raimundo, 78, tem a ajuda de uma cuidadora para banho, troca de roupas e remédios para o diabetes.

A matéria da Folha cita algumas experiências com cuidadores, difíceis, segundo relatos da família. Marlene Polycarpo, 65, conta que experimentou o serviço de um cuidador para a sua mãe, de 85 anos, mas não durou nem uma semana: “Era muito caro pelo pouco trabalho que ela dava, já que consegue fazer tudo sozinha”.

Para ela, a melhor alternativa para que a mãe não ficasse sozinha em casa foi um centro-dia particular. De segunda a sexta, Maria Alice passa cerca de dez horas na instituição, voltando sempre para casa da filha: “É uma decisão difícil porque é uma pessoa querida, mas eu tinha que viver também. É como se fosse uma creche: ela toma banho, come, faz atividades e tem companhia”.

Entretanto, o geriatra Clineu Almada Filho, da Unifesp, recomenda cautela com esse tipo de instituição: “O idoso acaba perdendo a capacidade de montar a própria rotina. Se um dia ele vai e noutro não, pode embaralhar tudo.”

Para a psicóloga Raimunda de Souza Lima, é comum que o centro-dia sirva de ponte para um futuro encaminhamento para o residencial: “Muitas vezes, é o familiar, e não o idoso, que precisa se adaptar a essa realidade. O centro-dia acaba servindo como preparação”.

Segundo a matéria da Folha de S.Paulo, “o governo estadual pretende inaugurar três centros-dia na cidade, como parte do programa São Paulo Amigo do Idoso. A promessa é investir cerca de R$ 120 milhões em projetos como a construção de 249 centros de convivência e cem centros-dia no Estado”. Resta aguardar a construção desses centros.

Residenciais

– Lar Recanto Feliz

Quartos para idosos dependentes e autônomos. Atividades dirigidas por fisioterapeuta incluem reiki e caminhada. Preços sob consulta.

R. Dr. Franklin Piza, 107, Jardim Bonfiglioli, tel. 3723-7272. Acesse Aqui 

– Casa Vita

Conta com 14 quartos para uma a três pessoas, com atendimento médico diário e recreação semanal dirigida por gerontóloga. Mensalidades a partir de R$ 2.950.

R. Dr. Francisco Pati, 170, Vila S. Francisco, tel. 3768-4392. Acesse Aqui

– Residencial Israelita Albert Einstein

Mais voltada à saúde, oferece atividades como musicoterapia, arteterapia e sessões de cinema. Preços sob consulta.

R. Coronel Lisboa, 139, Vila Mariana, tel. 2151-7200. Acesse Aqui 

– Lar Sant’Ana

Possui apartamentos individuais, sala de cinema, psicologia, enfermagem e fisioterapia, além de salão de cabeleireiro e restaurante. A partir de R$ 6.513 por mês.

R. Bernarda Luiz, 129, Vila Madalena, tel. 3674-1600. Acesse Aqui 

– Residencial Santa Catarina

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Com 119 flats individuais, tem restaurante, biblioteca, capela, piscina coberta e aquecida, salão de beleza e sala com sistema de home-theater. Preços sob consulta.

R. Leôncio de Carvalho, 98, Paraíso, tel. 3177-2999. Acesse Aqui 

– Solar Ville Garaude

Com foco no lazer, tem suítes individuais ou para casal, piscinas, sauna, jardim com córrego, varandas, biblioteca, sala com home-theater e enfermagem 24 horas. A partir de R$ 6.500.

Av. Copacabana, 536, Alphaville (Barueri), tel. 4193-1020. Acesse Aqui 

Centros-Dia

– Solar Flor de Lis

Conta com fisioterapia em grupo e atividades como baralho, dominó e bingo; tem serviço de leva e traz para moradores da região. De seg. a sex., 8h às 18h, R$ 60 por dia.

www.solarflordelis.com.br

R. Eugênia de Carvalho, 1.208, Vila Matilde, tel. 2082-3495. Acesse Aqui

– Espaço Verbo Amar

Coordenado por psicóloga, dispõe de área verde e oferece desenho, leitura e baralho, além de exercícios com fisioterapia. R$ 130 a diária.

Av. São Camilo, 1.583, Granja Viana (Cotia), tel. 4169-4000. Acesse Aqui

– Residencial Melhor Idade

Oferece exercícios físicos com acompanhamento de terapeuta ocupacional e atividades como artesanato e pintura. Enfermagem é 24 horas. De R$ 80 a R$ 100 por dia.

Av. Ver. José Diniz, 262, Santo Amaro, tel. 2533-3949. Acesse Aqui 

Universidades

– Universidade Aberta à Terceira Idade (Unifesp)

Aulas duas vezes por semana, por oito meses. Curso grátis inclui saúde, literatura e direito.

R. Prof. Francisco de Castro, 75, Vila Mariana, tel. 5082-3588. Acesse Aqui

– Universidade Aberta do Tempo Útil (Mackenzie)

Cursos semestrais como mitologia, saúde, cinema. Cinco parcelas de R$ 95 por curso.

R. da Consolação, 930, Consolação, prédio 12, tel. 2114-8730. Acesse Aqui

Agências de cuidadores

– Life Angels

Tem cadastrados cerca de 400 cuidadores de vários perfis.

Pça. Oswaldo Cruz, 47, sala 57, Paraíso, tel. 4306-0057. Acesse Aqui 

– Duana Cuidadoras

Indica cuidadores com, pelo menos, um ano de experiência.

R. Oliveira Peixoto, 43, Aclimação, tel. 2501-7970. Acesse Aqui 

Referências

FOLHA.COM (2012). Conheça os serviços que São Paulo oferece a seus 900 mil idosos. Disponível Aqui. Acesso em 10/09/2012.

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