Regina Guerreiro mostra na SP Fashion Week um pouco do que pensa sobre a velhice

Jornalista, consultora e crítica de moda, Regina Guerreiro se define como obsessiva e já declarou que o mundo da moda é cruel, insensível e superficial.

 

 

regina_guerraA especialista deu mostras do seu estilo mais uma vez ao comentar este ano os desfiles da São Paulo Fashion Week, um dos mais prestigiados eventos do setor no país.

Ao falar sobre a coleção da Triton (link do vídeo abaixo) não hesitou em classificar a roupa apresentada como “moda de velha”. Classificou, mas não explicou. Ela se referia a uma roupa preta, longa, talvez mais comportada do que as das concorrentes.

Para Regina, a moda exibida, além de parecer de “velha”, traz um “ranço de naftalina”. E indaga: “Onde está aquela menina fresh, engraçada, bonitinha? Sumiu.” A crítica declarou ainda que o desfile em questão foi o pior momento do dia (no caso, a sexta-feira, 29/1), até porque ocorreu às 11 da noite, “com todo mundo cansado”, afirmou.

A pergunta que fica é: por que será que Regina, uma mulher com um vocabulário vasto, usou justamente o adjetivo velha para se referir a uma roupa que não gostou? Qual seria sua ideia de velhice? Obviamente que para Regina velho cheira a naftalina, é feio e sem graça. Afinal, como ela diz, no desfile, saiu de cena a menina engraçadinha e entrou a velha senhora.

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A jornalista diz não entender a mudança de fatia de mercado da Triton, que, na sua concepção, estaria apostando numa roupa para velhas e, por isso, desprovida de qualquer encanto.

Em seu blog, a jornalista e crítica de moda estampa esta frase: “As pessoas perguntam minha idade. Bobinhas… Elas não sabem que eu sou eterna?”

Regina Guerreiro obviamente não deve se achar mortal, muito menos velha! Isso é ofensivo. Velhos são os outros, que usam roupas escuras e cheirando a naftalina.

Regina, na realidade, que já passou há muito tempo da casa dos 60 e que, portanto, oficialmente, já deve usufruir dos direitos das pessoas idosas como define o Estatuto do Idoso, disse o que ainda, infelizmente, muita gente pensa a respeito dessa etapa da existência humana.

Não há como envelhecer sem ficar velha, pois ser velha faz parte do processo de envelhecimento, assim como ser criança, ser jovem, ser adulta, ser madura… É assim que nós, do Portal do Envelhecimento, vemos. Atuamos na perspectiva do ser que envelhece e não apenas que adoece. Conceitos que fazem parte da Gerontologia (especialmente no enfoque da gerontologia social implementado pela PUC-SP), uma área do conhecimento que estuda sistematicamente o envelhecimento de dois pontos de vista: como o envelhecimento afeta o indivíduo e como uma população que envelhece vai muda a sociedade.

Nesse sentido atuamos na construção de uma opinião pública sobre a presença e a importância de pessoas idosas na sociedade, as quais são cada vez mais, pois o Brasil é um país que está envelhecendo. E por isso que temos também a obrigação de provocar modificações substantivas nas atitudes de pessoas públicas (como Regina Guerreiro) ante o crescente número de idosos na sociedade brasileira, fazendo-as repensar no seu próprio envelhecer e seus preconceitos em relação à essa etapa da existência humana.

Convidamos os usuários a navegarem pelo site do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), ong que realiza o Portal. Ali há um link que explica o que é longevidade, velhice e envelhecimento de maneira didática, além de apresentar os últimos dados do IBGE em relação ao número de pessoas acima de 60 anos existentes no país.

Vídeo: Acesse Aqui

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