Quando a dor não cessa com remédios

Mesmo com os avanços medicamentosos, precisamos tratar algumas “dores” que não cessam com medicamentos, mas, com muitas informações e (re)discussões sobre esse tabu que ainda carregamos sobre o HIV/AIDS. Não é apenas no dia 1º de Dezembro que o soropositivo é soropositivo.

Joel Fernando Borella (*)


Nas comemorações mundiais da luta contra a AIDS, lemos e relemos sobre novas técnicas e novas tecnologias em medicamentos para o combate dessa doença. Milhões e milhões de pessoas se esperançam para a tão esperada cura. Cura de que? Claro, seria uma das maiores descobertas da medicina, “salvariam” milhões de pessoas que lutam diariamente contra esse vírus, principalmente indivíduos de 25 a 39 anos (54,0% de homens) e de 55 a 59 anos (40,4%) com 60 anos ou mais.

Trabalhei mais de 3 anos como Psicólogo em uma instituição do terceiro setor (ONG) com pessoas que (con)vivem com a soropositividade e percebo que o que mais afeta e produz sofrimento, não é propriamente a luta diária contra o HIV/AIDS, mas sim, as questões sociais que dela se sustentam.

Digo isso, pois, mesmo com todos os avanços da medicina e com os novos medicamentos contra o HIV/AIDS, pensar ser soropositivo hoje, ainda é tabu.

Dessa forma, elevar o HIV/AIDS como uma doença social, não seria um absurdo, não?

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Coloco a ideia de doença social, pois, a experiência me faz refletir que os maiores desafios dos soropositivos continuam até hoje, na falta de apoio familiar, se manter ou arrumar um trabalho, relacionamentos de vários tipos e manutenção da autonomia.

Ministrar um medicamento diário, o faz lembrar todos os dias que é um soropositivo, mas, diabéticos e outras enfermidades crônicas também procede um cuidado diário, mas as reações das pessoas frente a enfermidade são outras, não? Qual é sua reação frente a um soropositivo?

Vejo que mesmo com os avanços medicamentosos, precisamos tratar algumas “dores” que não cessam com medicamentos, mas, com muitas informações e (re)discussões sobre esse tabu que ainda carregamos sobre o HIV/AIDS.

Faça sua parte, (re)pense sua dores, olhe para o outro. Não é apenas no dia 1º de Dezembro que o soropositivo é soropositivo.

(*) Psicólogo, Mestre em Psicologia Social e Professor de Psicologia Centro Universitário Anhanguera – LemeSP.

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