Primeiro Centro-dia da Prefeitura de São Paulo faz um ano!

Primeiro equipamento municipal urbano surgiu há um ano na cidade de São Paulo para favorecer a manutenção de uma vida mais ativa e saudável, sem a perda dos laços familiares. Esta é uma semana de festa e os anfitriões são os idosos participantes do primeiro Centro-dia que fizeram sachês “Coração e Gratidão” para a comemoração de um ano do Centro, durante a Oficina de Arteterapia.

Cristiane Pomeranz *. Texto e Foto

 

primeiro-centro-dia-da-prefeitura-de-sao-paulo-faz-um-anoEsta é uma semana de festa e os anfitriões são os idosos participantes do primeiro Centro Dia da cidade de São Paulo que fizeram sachês “Coração e Gratidão” (foto) para a comemoração de um ano do Centro-dia, durante a Oficina de Arteterapia.

Em parceria com a Unibes a prefeitura, na gestão de Fernando Haddad, inaugurou, há um ano, esta primeira unidade. Desde então, o equipamento urbano recebe de segunda a sexta-feira pessoas com mais de 60 anos em situação de vulnerabilidade para atividades lúdicas e terapêuticas, exercícios físicos e cuidados diários. Após passar todo o dia no centro, os idosos retornam para suas casas.

Este tipo de equipamento urbano surgiu para favorecer a manutenção de uma vida mais ativa e saudável, sem a perda dos laços familiares. Na ocasião, a secretária municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, explicou que “O centro dia é algo muito importante da Política Nacional de Assistência Social porque permite que idosos de alta vulnerabilidade sejam atendidos sem serem desligados de suas famílias, que podem ter tranquilidade para sair para trabalhar sabendo que eles estão sendo cuidados. Não havia este serviço e era uma demanda muito grande na cidade”.

O primeiro centro inaugurado há um ano é administrado em parceria com a organização não-governamental União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social (Unibes). A Unibes, organização sem fins lucrativos, há mais de 100 anos colabora para o desenvolvimento humano. Ao tornar-se parceira deste projeto, ofereceu à prefeitura a certeza de um caminhar seguro rumo à realização de um plano social certeiro em sua conduta e em sua necessidade. Isto é, focado no sujeito que envelhece.

Localizado no Bom Retiro, região central da capital, o Centro-dia é uma conquista de todos nós que dedicamos nossa vida profissional à velhice e entendemos a importância de oferecer ao idoso, em condição social desfavorável, a possibilidade de ressignificar sua velhice em meio a cuidados, afeto e profissionalismo.

primeiro-centro-dia-da-prefeitura-de-sao-paulo-faz-um-anoOs 30 idosos favorecidos pelo serviço oferecido pela prefeitura relatam ter visto suas vidas modificadas neste um ano de acolhimento. Uma delas disse: “Antes, eu ficava em casa olhando para as paredes e lamentando a morte do meu marido. Agora eu me sinto voando.”

Com um gerenciamento humanitário, Rachel Katz deixa sua marca na nova rotina que propõe aos idosos, preenchendo seus dias com atividades interessantes e estimulantes em suas propostas e rotinas.

Como arteterapeuta, tive a sorte de fazer parte da equipe desde que o Centro-dia abriu suas portas. Pude acompanhar os grupos chegando e tudo isso foi marcante. Idosos, socialmente muito fragilizados, e que eu pude ver desabrochar neste um ano de atividades.

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Comecei com oficinas de arteterapia onde o resgate da história pessoal e da identidade de cada um foram fundamentais para a construção deste vínculo forte e saudável que agora existe.

Através da arte ofereço um mundo de novas possibilidades e à medida que eles foram se envolvendo, pediam para ter mais.

Esses idosos estavam cheios de vontade de viver e a chance lhes foi dada.

Gratidão foi a palavra da semana no preparativo da festa. Um ano de Centro-dia.

Atualmente também dou à eles aula de História da Arte e é gratificante ver pessoas que, se formaram como sujeito, na roça, agora tendo a chance de ouvir falar dos Modernistas Brasileiros e dos pintores impressionistas.

Como profissional este trabalho continua sendo um desafio. Aliás, uma maravilhosa provocação: Até onde vai a Arte?

Creio que a resposta está além do palpável.

E por isso seguimos em frente. Toda equipe multiprofissional e os idosos. E tantos outros que esperam sua vez.

Que este Centro-dia seja o primeiro de muitos.

Que a vida possa ser engrandecida. Sempre e em qualquer idade.

* Cristiane Pomeranz é arteterapeuta e mestranda em Gerontologia pela PUC-SP. Email: [email protected]

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