Prevenção, pedra angular da resposta às doenças

O envelhecimento do povo é uma tendência global com consequências para a saúde, principalmente em relação à ascensão de doenças não transmissíveis, como as cardíacas, pulmonares, câncer, diabetes, transtornos mentais. Doenças que geralmente não têm cura e tornam-se crônicas. Os ssistemas de saúde e a educação médica terão de ser reorientados porque foram desenvolvidos para gerenciar curtos episódios agudos de doenças infecciosas.

David Hruodbeorth (*)


O mundo mudou, a tendência para populações cada vez mais velhas é universal e a onda prateada já é uma realidade. No Japão aconteceu um fato imprevisível, o número de centenários chegou perto de 55.000 pessoas! E nove em cada dez superlongevos são mulheres. “A ciência está intrigada, ainda não entendemos o que produz um centenário porque todos são únicos”, revelou Tim Spector, especialista em envelhecimento do Kings College University, em Londres.

De acordo com a Dra. Margareth Chan, Diretora geral da OMS, ser idoso é o novo padrão de normalidade, “o envelhecimento do povo é uma tendência global com consequências para a saúde, principalmente em relação à ascensão de DNTs, doenças não transmissíveis (cardíacas, pulmonares, câncer, diabetes, transtornos mentais) que, uma vez desenvolvidas, geralmente não têm cura e tornam-se crônicas”.

A OMS alertou que o aumento das DNTs é um desastre iminente, que há uma necessidade urgente de prevenir incapacidades relacionadas e planejar cuidados de longa duração. Medicamentos, dispositivos e tecnologias cada vez mais sofisticados e caros não irão evitar um “desastre iminente”. Somente, políticas previdentes e inteligentes poderão fazê-lo, de acordo com a Dra. Chan, no Forum Global em Moscou, 2011.

Segundo ela, “Sistemas de saúde e a educação médica terão de ser reorientados porque foram desenvolvidos para gerenciar curtos episódios agudos de doenças infecciosas e a tendência na prática médica continua a se mover cada vez mais em direção à especialização, quando a necessidade é de uma abordagem mais generalista”.

A Diretora deixou uma inquietante pergunta no ar: qual será o ganho líquido das nações se os benefícios da modernização e crescimento econômico são anulados pelos custos com despesas médicas, perda de produtividade e morte prematura dos cidadãos por doenças evitáveis? Possivelmente as frases mais marcantes da Dra. Chan sejam estas: “Lembre-se das pessoas”, “Nunca se esqueçam das pessoas”.

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Segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, realizado em 2011, em conjunto com a Escola de Saúde Pública de Harvard, o mundo está perdendo pessoas em seus anos mais produtivos; tal perda da produção por DNT poderá chegar próximo de 4% do PIB global por ano nas próximas décadas. Para a OMS, não só o alto custo de procedimentos médicos, mas também os pequenos e constantes gastos com esse tipo de serviço podem resultar em “uma catástrofe financeira” para as famílias.

Todo ano 100 milhões de pessoas são levadas à pobreza por terem de pagar as despesas de saúde e cerca de 1,3 bilhão de pobres de todo mundo não têm acesso à saúde por falta de condições para arcar com os custos, segundo dados de um relatório sobre o financiamento global da saúde. O relatório assinala que “As pessoas são empurradas ainda mais para a pobreza, porque estão doentes demais para trabalhar”.

E o problema afeta também as despesas das nações. Segundo o organismo de saúde internacional a prevenção deve ser a pedra angular da resposta às doenças; por exemplo, o tratamento avançado de câncer tem custos insustentáveis até mesmo nos países mais ricos do mundo. As estimativas de 2010 indicaram que o câncer custou à economia mundial cerca de US $ 1,2 trilhões; nos países em desenvolvimento, que respondem por cerca de 70% do total de óbitos, muitos morrem sem tratamento. Em alguns países, só o diabetes consome 15% do orçamento total da saúde; de acordo com um estudo da Alzheimer Disease International, o número de pessoas com esta doença triplicará até 2050.

Outro grave problema está relacionado ao meio ambiente; a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que substitui os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, contém 17 objetivos, entre eles promover a saúde e o bem-estar e garantir acesso ao saneamento básico.

(*)David Hruodbeorth é professor de Tai Chi e Doutor em Acupuntura pela WFAS, World Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies, China, 2006. Professor da Universidade Aberta da PUC-SP. Email: [email protected]

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