Pós em Gerontologia da PUC-SP dá início à 13a. edição da Semana que, este ano, enfatizou a moradia na longevidade

Cerca de 200 pessoas participaram do encontro, que se realizou no auditório 333 do prédio Bandeira de Mello, no campus Monte Alegre, durante todo o dia. A professora doutora Suzana Cariello, coordenadora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da PUC-SP abriu a primeira mesa, chamando atenção para a complexidade do pesquisador da área. Suzana lembrou que o programa tem 14 anos e há 13 anos a Semana se realiza.

Maria Lígia Mathias Pagenotto

 

pos-em-gerontologia-da-puc-spEm seguida, a professora Flamínia Ludovici apresentou as publicações do programa, agora no formato eletrônico, entre elas as revistas Kairós 14 e o Caderno Temático Kairós 8. Flamínia explicou que a revista Kairós, antes editada pelas professoras doutoras Beltrina Côrte e Suzana Medeiros, registra as produções do programa e de pesquisadores de fora, sempre relacionadas ao tema da gerontologia.

pos-em-gerontologia-da-puc-spA mesa seguinte foi reservada à uma discussão sobre interdisciplinaridade e multidisciplinaridade na pós-graduação, tendo como tema “O lugar da gerontologia na área interdisciplinar”. Participaram da mesa o representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Pedro Geraldo Pascutti; a professora doutora Ivani Fazenda, da PUC-SP e a professora doutora Ana Bock, representando a diretoria da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde (FACHS), onde o programa de gerontologia está inserido.

Suzana Cariello, como mediadora deste debate, afirmou que a gerontologia sempre fortaleceu a interdisciplinaridade. “Sob este ponto de vista, a gerontologia relaciona saberes distintos”, enfatizou.

pos-em-gerontologia-da-puc-spPascutti discorreu sobre o trabalho desenvolvido pela Capes nesta área e disse que o Brasil avançou muito em ciências, mas precisa avançar mais em desenvolvimento social. “Temos como meta dobrar o número de doutores em 10 anos no país, mas ao mesmo tempo não temos um número de alunos suficientes na pós-graduação para isso”, disse, mostrando as contradições de um Brasil que cresce ainda de forma desordenada na área da educação e pesquisa.

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Ele ressaltou o trabalho realizado pela gerontologia de forma geral, dizendo que se trata de uma área estratégica, que precisa de mais investimentos, por sua importância no cenário atual do país. Participou também desta mesa a professora doutora Ivani Fazenda, que em 1979 começou a estudar a interdisciplinaridade. Ao seu lado, Ana Bock mostrou a todos que a gerontologia “mora no lugar certo”, ou seja, na Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde. Segundo ela, a gerontologia na PUC já nasceu “misturando e misturada”. E afirmou: “É uma área que fomenta a interdisciplinaridade”.

pos-em-gerontologia-da-puc-spNa parte da tarde, o grupo de pesquisa “Onde vamos morar em 2030?”, liderado pelas professoras doutoras Suzana Medeiros e Flamínia Ludovici apresentou os resultados de pesquisa que vem sendo realizada sobre envelhecimento e moradia, desde 2008, envolvendo alunos do mestrado.

Na mesa-redonda “Modos de habitar”, a doutora Ana Fraiman, psicóloga de formação, apresentou os aspectos psicológicos das mudanças de residências para idosos. Ela ressaltou que a espiritualidade é fundamental para se suportar certos aspectos negativos destas mudanças.

O também psicólogo Pedro Sammarco, mestre em gerontologia, discorreu, na mesma mesa, sobre o lugar da moradia para a travesti que envelhece. Pedro falou da relação entre o corpo e a habitação. As duas falas foram debatidas pela professora doutora Elisabeth Mercadante. Segundo ela, é necessário, cada vez mais, pensar em novos arranjos de moradia e relacionamento na velhice. “A família é uma instituição idealizada, precisamos estar abertos a novas possibilidades de moradia”, assinalou.

Para finalizar o primeiro dia de debates, foram passados trechos do filme Estamira, um documentário realizado em 2004 por Marcos Prado. A obra trata da rotina de vida e da história pessoal de uma catadora de lixo no aterro do Gramacho, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

Rotulada como esquizofrênica, Estamira surpreende a todos por sua lucidez. O filme, especialmente selecionado pela mestre em gerontologia Sônia Fuentes para o debate, foi discutido pelas professoras doutoras Nádia Dumara Ruiz Silveira e Silvana Tótora, e pela mestre em gerontologia e terapeuta ocupacional Vanessa Mutchnik, gerando intensas reflexões.

Estamira foi apresentada sob a ótica do envelhecimento à margem da sociedade, sendo apontada como um antimodelo, levando todos a refletir a respeito das escolhas que fazemos em relação à nossa moradia, trabalho, família e relacionamentos.

A semana prossegue, com mais atividades, até a sexta-feira, dia 16 de setembro.

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