Os antipsicóticos podem aumentar o risco de pneumonia em idosos

De acordo com os resultados de um estudo caso-controle aninhado publicado no volume de abril do Journal of the American Geriatrics Society, pacientes idosos que fazem uso de antipsicóticos apresentam um risco aumentado para pneumonia, principalmente com medicações atípicas.

Laurie Barclay*


Dra. Wilma Knol, da University Medical Center Utrecht, na Holanda, relatou que, apesar de serem freqüentemente prescritos, os antipsicóticos geralmente causam uma série de efeitos colaterais especialmente em idosos. Em abril de 2005, o Food and Drug Administration (FDA) publicou um alerta contra o uso de antipsicóticos atípicos no tratamento de transtornos comportamentais em idosos com demência, baseado nos resultados de uma metanálise com 17 estudos placebo-controlados usando vários antipsicóticos atípicos.

O objetivo desse estudo, com base em dados de um banco que coleta informações de altas hospitalares e farmácias comunitárias, foi determinar a relação entre drogas antipsicóticas e o risco de pneumonia em idosos.

Nessa coorte com 22.944 pacientes idosos com pelo menos uma prescrição antipsicótica, houve 543 casos de admissão hospitalar por pneumonia. Cada paciente com pneumonia foi comparado com quatro pacientes-controle randomizados. O uso de drogas antipsicóticas no ano anterior ao ano índice foi classificado como atual, recente, antigo ou inexistente (definido como nenhuma prescrição para antipsicóticos no ano anterior à data índice).

Uma análise multivariada com regressão logística permitiu a determinação da força de associação entre o uso de drogas antipsicóticas e o desenvolvimento de pneumonia.

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O risco para pneumonia aumentou 60% com o uso atual de antipsicóticos (odds ratio ajustado [OR], 1,6; intervalo de confiança de 95% [IC], 1,3 – 2,1). O risco foi maior durante a primeira semana após o tratamento com um antipsicótico (OR ajustado, 4,5; 95% IC, 2,8 – 7,3). Após a exclusão de pacientes com delírio, a associação observada persistiu.

Comparados com pacientes tratados com agentes antipsicóticos convencionais, os usuários atuais de drogas atípicas apresentaram um risco maior de desenvolver pneumonia (OR ajustado, 3,1; 95% IC, 1,9 – 5,1 versusOR, 1,5; 95% IC, 1,2 – 1,9). Não foi observada nenhuma relação com a dose.
Segundo os autores, o uso de antipsicóticos em idosos é associado a um risco aumentado de desenvolver pneumonia. Esse risco é maior imediatamente em seguida ao início do tratamento, principalmente, com antipsicóticos atípicos.

As limitações do estudo incluem desenho observacional, impossibilidade de excluir pneumonia pré-existente ao início do tratamento com antipsicóticos, presença de demência, falta de dados diagnósticos psiquiátricos, possíveis diagnósticos falso-negativos e impossibilidade de revisão dos prontuários.

Os autores esclarecem que não devemos superestimar a droga como uma causa potencial de pneumonia, no entanto, os pacientes devem ser monitorados para a ocorrência de problemas de deglutição após o uso de sedativos e deve ser avaliado o risco-benefício do uso da droga.

Laurie Barclay é revisora e escritora freelancer para o Medscape.

Fonte: J Am Geriatr Soc., 23/4/2008. Disponível Aqui

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