Ombros no lugar

Os problemas músculo-esqueléticos são numerosos e hoje há cerca de dez áreas (especialidades) que tratam apropriadamente cada uma das partes do aparelho motor. O sistema orgânico como um todo costuma ser comprometido com uma ocorrência às vezes simples em uma dado local (por exemplo, nos pés), situação que perturba o equilíbrio e a integridade de todo o restante da estrutura corporal, devido às dores e disfunções que provocam.


Segundo o médico José de Sá Cavalcante Júnior, chefe do Serviço de Traumatortopedista do Hospital São Mateus, as dez áreas, agora contempladas em subespecialidades, são as relativas às principais articulações: ombro, cotovelo, mão, coluna, quadril, joelho, pé. Associam-se a estas os especialistas em ortopedia pediátrica e traumas, medicina esportiva, fixador externos (para tratar fraturas, alongamento de ossos) e, finalmente, o que atua diretamente com as doenças ósseas e metabólicas.

Cirurgia artroscópica

Sá Júnior é um dos nove profissionais que integram a recém-inaugurada Clínica Ortopédica, situada no terceiro andar da Torre de Saúde do Hospital São Mateus. Para o especialista em ombro e joelho,o local é totalmente apropriado, uma vez que comporta um excelente centro cirúrgico, onde já realizam cirurgias complexas e atualizadas, tomografia multi lice, ultrason, ressonância magnética, tomografia computadorizada, radiologia digitalizada, entre outros. Para maior benefício dos pacientes, ainda, o melhor quadro clínico (cardiologistas, pneumologistas) também se encontra na unidade hospitalar.

´A idéia que tivemos foi aglutinar em um mesmo espaço todas as especialidades médicas em traumatortopedia, oferecendo um atendimento que agregasse não somente a dimensão técnica médica, mas também a ética e moral do próprio corpo profissional´, atesta Dr. Sá Jr.

Nas últimas duas décadas, um dos maiores e mais significativos avanços para a área ortopédica a qual comporta as articulações do ombro, cotovelo e joelho, entre outras – é a cirurgia artroscópica monitorizada, informa o especialista. Este método de intervenção, além de todos os benefícios, reduz drasticamente o tempo de recuperação e de internação nos casos de patologias e traumas em todas as juntas.

Por ser uma das articulações do corpo com maior amplitude de movimentos (incluindo o movimento rotatório), as estruturas de sustentação que compõem os ombros sofrem um enorme desgaste com o tempo. Nos mais jovens as lesões no ombro, normalmente, decorrem da prática esportiva realizada de modo inadequado (ou exaustivo). Já nas pessoas com mais idade, as lesões costumam se tornar crônicas, pelos movimentos e esforços repetitivos, mesmo nas tarefas mais básicas e rotineiras do dia-a-dia, as quais exigem inicialmente disciplina e mais tarde acabam sendo incorporadas.

´Nos jovens e esportistas, as lesões mais comuns são as tendinosas, deslocamento do labrum (sistema capsuloligamentar), que é a luxação recidivante do ombro. Muitas vezes, sucede do ombro a sair do lugar com bastante freqüência. As luxações recidivantes podem ocorrer com pequenos esforços e até mesmo dormindo´, explica Dr. Sá Jr.

Já os pacientes idosos com dores nos ombros apresentam mais problemas crônicos, como calcificações nos tendões e lesões no manguito rotador mas, principalmente, no tendão supra espinhoso. Todas essas lesões costumam ser rotuladas e generalizadas como bursite, o que não é apropriado e bastante incorreto, por se tratar de um distúrbio distinto, cada um devendo ser avaliado e tratado de forma adequada.

Reconstrução
O diagnóstico e especificação do problema do ombro quanto mais preciso, mais eficaz se dá o resultado do tratamento. Normalmente, as intervenções só são indicadas em casos muito específicos, nos quais o tratamento medicamentoso e fisioterápico não surtiram efeito, prosseguindo as dores no local e suas conseqüências incapacitantes. ´Identificar o problema é essencial, pois na maior parte das vezes, o tratamento prescrito é simples: fisioterapia e antiinflamatório´.

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Nos casos mais complicados, que requerem a intervenção cirúrgica, a artroscopia (a mesma técnica realizada nos joelhos, com pequenos furinhos – incisões de 5mm) é feita sem bisturi, acompanhada por uma microcâmera óptica que favorece uma visão global interna do ombro e facilita todo o procedimento sem abrir e expor a estrutura.

À excessão das fraturas, geradoras de muita dor e comuns também em pessoas idosas, o que mais incide nessa estrutura é uma lesão espontânea no manguito rotador. O acrômio – osso dessa região – se torna mais curvo e pontiagudo (como um bico de papagaio) e no impacto com o músculo, acaba lesionando a estrutura. Com o processo surge a inflamação e, antes de romper o tendão, o ortopedista procede à cirurgia artroscópica para debridar e aspirar o osteófito (osso e o tecido inflamado).

Nas luxações recidivantes (descolamento do labrum), após a intervenção artroscópica, o paciente só terá de ficar hospitalizado entre 12 a 24 horas, recuperando em quase 100% seus movimentos. Bem distinta das cirurgias abertas, que não só reduzem a rotação do ombro além de exigir um tempo bem maior para a reabilitação.

´Com a modernização da técnica cirúrgica, 80 a 90% dos pacientes podem retomar sua prática esportiva. Seguido o protocolo, com 30 dias o paciente acompanhado com fisioterapia leve já pode retomar suas atividades profissionais e rotineiras (como dirigir) e 100 dias para o esporte´, comenta Dr. Sá Jr.

O que é bursite e como tratá-la adequadamente

O ombro inflamou, doeu e demorou para sarar, a tendência é acreditar que seja bursite, tratando o problema como tal. Isto, contudo, tanto é uma crença como uma conduta equivocada, uma vez que há inúmeros problemas que afetam essa estrutura do corpo.

O que os ortopedistas chamam de bursite refere-se a uma inflamação na bolsa subdeltoidiana (a ´bursa´). Com o diagnóstico feito e dependendo de seu estágio e grau de complicação, o especialista procederá ao tratamento adequado, nem sempre o mesmo de outros distúrbios nos ombros, que são bem comuns.

Segundo Dr. José de Sá Cavalcante Júnior, o risco dessa confusão de se achar se tratar de bursite é se automedicar sem uma avaliação prévia de um ortopedista (muitas vezes, com medicamentos ´naturais´, prescritos por não médicos) e o problema complicar, por não se corrigir a causa real do mesmo. A bursite (inflamação da bursa), recebe indicação de tratamento até certo ponto simples, com antiinflamatório e fisioterapia, que sana 95% dos casos.

Fonte: Antonio Viana. Publicado em 03/05/2009. Acesso em 17/05/2009. Disponível Aqui

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