Olga, 92 anos, dá uma lição de determinação e coragem

No segundo capítulo da série “Super Humanos”, O Esporte Espetacular, da Rede Globo, apresentou a história de uma senhora de 92 anos, filha de imigrantes ucranianos radicados no Canadá, a destemida Olga Kotelko que, erroneamente, a reportagem traz no título a palavra “vovó”, sem fazer nenhuma citação que relacione ao adjetivo, pelo contrário, em toda a reportagem o que é realçado é sua determinação em relação ao seu estilo de vida, como pessoa e não como “vovó”.

 

 

olga-92-anos-da-uma-licao-de-determinacao-e-coragemAté quando a mídia rotulará as pessoas idosas que mostram possibilidades de viver suas velhices distintas àquelas que ainda estão de forma negativada no imaginário da maioria da população (inclusive dos próprios velhos)? A linguagem é muito importante, pois pode reproduzir mitos e preconceitos.

O que há de diferente nesta matéria, além do rótulo de “vovó”? Bem, é que enquanto parte dos idosos se recolhe aos seus lares, às lembranças e à ideia da perspectiva do fim, esta mulher, aos 77 anos, decidiu tomar o controle de sua vida nas mãos, talvez trêmulas, e mudar radicalmente sua trajetória a partir do esporte.

Após uma desilusão amorosa nos anos 50, terminando em divórcio, Olga Kotelko se muda com suas filhas para Vancouver e descobre aos 77 anos o atletismo, o que para uma frágil senhora idosa não era o mais “apropriado”. Foi o que os médicos a aconselharam: a seguir um esporte mais leve, próprio para sua faixa etária, algo parecido com uma caminhada ou hidroginástica. Muito determinada, ela decidiu se aventurar numa nova e radical empreitada esportiva. Ela conta:

– Havia um clube de atletismo para veteranos no meu bairro, e eu olhava e pensava: “nossa, isso é muito difícil”. Não era para alguém da minha idade. Então um dia fui assisti-los em uma competição e vi uma mulher jogando algo da altura do pescoço, era um arremesso de peso. Pensei, “se ela consegue, também consigo”. Foi assim que comecei.

Nesse dia, no arremesso de dardo, Olga Kotelko jogou o objeto 10 metros a mais que as concorrentes. As adversárias pareciam não entender e ficaram curiosas, fazendo perguntas, como ela mesma conta: “Como você é tão forte? O que você comeu? Quem é seu treinador?”.

Existe limite quando se tem motivação e determinação? Quando se sabe exatamente o que quer?

Considerada um fenômeno do atletismo, a história de Olga Kotelko está sendo estudada por cientistas da Universidade McGill, de Montreal, no Canadá. Desconhecendo limites ou as fragilidades do corpo, ela não parou mais: estabeleceu recordes em diversas modalidades do atletismo, ganhou medalhas e o melhor, o espanto geral de todos, esportistas, idosos da mesma faixa etária e médicos.

Com tais resultados, os cientistas da Universidade McGill resolveram entender o funcionamento do corpo de Olga, já que nas pessoas comuns, com o passar do tempo, é normal a diminuição da massa muscular. Mas, a conclusão, é que o corpo dessa idosa não funciona da mesma maneira, seus músculos parecem não sentir a passagem do tempo. Na verdade, o tempo é implacável, ele passa e é sentido por todos nós, entretanto no caso de Olga, “algo” igualmente intenso caminha muito próximo deste tempo medido, contado.

Russ Hepple, PHD em fisiologia pela Universidade McGill, explica: “a decadência muscular dos humanos começa a partir dos 50 anos. Só que depois dos 70, a perda de massa muscular é imensa e são justamente os músculos que vão determinar o quão independentes nós vamos ser na terceira idade. Se vamos conseguir levantar sozinhos da cadeira, evitar quedas ou controlar nossos movimentos.”

Tanja Taivássalo, professora e pesquisadora da Universidade McGill complementa: “Os músculos de Olga, quando você olha, não parecem de alguém com 90 anos. Eles têm 60, 70 anos no máximo. Por quê? Esse é o grande mistério.”

No segundo capítulo da série “Super Humanos”, O Esporte Espetacular, da Rede Globo, apresentou a história de uma senhora de 92 anos, filha de imigrantes ucranianos radicados no Canadá, a destemida Olga Kotelko que, erroneamente, a reportagem traz no título a palavra “vovó”, sem fazer nenhuma citação que relacione ao adjetivo, pelo contrário, em toda a reportagem o que é realçado é sua determinação em relação ao seu estilo de vida, como pessoa e não como “vovó”.

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Até quando a mídia rotulará as pessoas idosas que mostram possibilidades de viver suas velhices distintas àquelas que ainda estão de forma negativada no imaginário da maioria da população (inclusive dos próprios velhos)? A linguagem é muito importante, pois pode reproduzir mitos e preconceitos.

O que há de diferente nesta matéria, além do rótulo de “vovó”? Bem, é que enquanto parte dos idosos se recolhe aos seus lares, às lembranças e à ideia da perspectiva do fim, esta mulher, aos 77 anos, decidiu tomar o controle de sua vida nas mãos, talvez trêmulas, e mudar radicalmente sua trajetória a partir do esporte.

Após uma desilusão amorosa nos anos 50, terminando em divórcio, Olga Kotelko se muda com suas filhas para Vancouver e descobre aos 77 anos o atletismo, o que para uma frágil senhora idosa não era o mais “apropriado”. Foi o que os médicos a aconselharam: a seguir um esporte mais leve, próprio para sua faixa etária, algo parecido com uma caminhada ou hidroginástica. Muito determinada, ela decidiu se aventurar numa nova e radical empreitada esportiva. Ela conta:

– Havia um clube de atletismo para veteranos no meu bairro, e eu olhava e pensava: “nossa, isso é muito difícil”. Não era para alguém da minha idade. Então um dia fui assisti-los em uma competição e vi uma mulher jogando algo da altura do pescoço, era um arremesso de peso. Pensei, “se ela consegue, também consigo”. Foi assim que comecei.

Nesse dia, no arremesso de dardo, Olga Kotelko jogou o objeto 10 metros a mais que as concorrentes. As adversárias pareciam não entender e ficaram curiosas, fazendo perguntas, como ela mesma conta: “Como você é tão forte? O que você comeu? Quem é seu treinador?”.

Existe limite quando se tem motivação e determinação? Quando se sabe exatamente o que quer?

Considerada um fenômeno do atletismo, a história de Olga Kotelko está sendo estudada por cientistas da Universidade McGill, de Montreal, no Canadá. Desconhecendo limites ou as fragilidades do corpo, ela não parou mais: estabeleceu recordes em diversas modalidades do atletismo, ganhou medalhas e o melhor, o espanto geral de todos, esportistas, idosos da mesma faixa etária e médicos.

Com tais resultados, os cientistas da Universidade McGill resolveram entender o funcionamento do corpo de Olga, já que nas pessoas comuns, com o passar do tempo, é normal a diminuição da massa muscular. Mas, a conclusão, é que o corpo dessa idosa não funciona da mesma maneira, seus músculos parecem não sentir a passagem do tempo. Na verdade, o tempo é implacável, ele passa e é sentido por todos nós, entretanto no caso de Olga, “algo” igualmente intenso caminha muito próximo deste tempo medido, contado.

Russ Hepple, PHD em fisiologia pela Universidade McGill, explica: “a decadência muscular dos humanos começa a partir dos 50 anos. Só que depois dos 70, a perda de massa muscular é imensa e são justamente os músculos que vão determinar o quão independentes nós vamos ser na terceira idade. Se vamos conseguir levantar sozinhos da cadeira, evitar quedas ou controlar nossos movimentos.”

Tanja Taivássalo, professora e pesquisadora da Universidade McGill complementa: “Os músculos de Olga, quando você olha, não parecem de alguém com 90 anos. Eles têm 60, 70 anos no máximo. Por quê? Esse é o grande mistério.”

olga-92-anos-da-uma-licao-de-determinacao-e-coragemA rotina de treinamento desta senhora pode ser uma explicação para um desempenho tão fora do normal. A reportagem conta que Olga não para nunca, se mantém em atividade regularmente: cuida do jardim em casa, trabalha voluntariamente no bazar da igreja local, faz academia e treina sempre respeitando o próprio corpo.

Olga tenta esclarecer o mistério e adverte: “Com o envelhecimento fui aprendendo o valor do tempo. Escolhi ser uma atleta de coração jovem em vez de uma velhinha problemática. Acredito de verdade que nunca é tarde para alcançar uma boa saúde. Mas você tem que trabalhar para isso, não vai acontecer do nada”. Na verdade, a questão não é “ter um coração jovem”, e assim negar a velhice. O que fica desta intrigante história é a determinação de seguir, de romper limites, ultrapassar barreiras de toda ordem e continuar, mesmo envelhecendo.

A senhora Olga Kotelko finaliza: “Não vejo nenhuma razão para eu parar e não planejo parar. Estabeleço objetivos para mim e adoro competir”. Talvez o que a mantenha em tal surpreendente condição seja a competição com suas próprias fragilidades. A verdadeira competição é a que estabelecemos internamente.

Referências
GLOBOESPORTE.COM. (2011). ‘Super-Humanos’: aos 92 anos, vovó Olga é um fenômeno do atletismo. Disponível Aqui. Acesso em 03/10/2011.

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