Mulheres contemporâneas – vaidosas, produtivas e de bem com a vida

As mulheres são surpreendentes. Sempre se reinventam e surpreendem. Sobre elas, o russo Léon Tolstói (1828 – 1910), um dos maiores escritores de todos os tempos, dizia: “A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova”.

 

Mulheres capazes de amar e sofrerem loucamente, corajosas e determinadas em seus recomeços, fortes e frágeis na mesma medida. Como compreendê-las? Desistam de tal empreitada. Porque jovens, adultas ou já idosas, nem elas conseguem entender seus movimentos ou seus próprios sentimentos e é exatamente isso que as fazem diferentes, complexas e sempre inquietantes.

Poderíamos listar um grande número delas, mas na matéria “Novo perfil de idosas é marcado por mulheres trabalhadoras, vaidosas e com vida sexual ativa”, assinada por Cléo Francisco, e publicada no uol, encontramos algumas delas: lindas, inteligentes e profundamente interessantes nas suas trajetórias cheias de atalhos e esconderijos:

mulheres-contemporaneas-vaidosas-produtivas-e-de-bem-com-a-vidaHelô Pinheiro

A musa da canção Garota de Ipanema, eternizada por Vinícius de Moraes e Tom Jobim, amadureceu. Meio século depois, Helô Pinheiro comemora novas conquistas na vida profissional: estreou o programa De Cara Com a Maturidade, na Band, exerce seu lado empresária como dona de uma grife de moda praia no Rio de Janeiro e de uma linha de roupas esportivas para uma marca em São Paulo.

Casada há mais de 40 anos, com quatro filhos e três netas, ela se divide atualmente entre a vida profissional, familiar e as várias entrevistas que tem dado à imprensa do mundo todo em comemoração aos 50 anos da composição de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Helô ainda encontra tempo para escrever sua biografia: “Está tudo bem corrido. As pessoas querem saber do meu passado e presente”, ela diz.

Poucas pessoas conseguem lidar com uma fama repentina, principalmente quando jovens, vivê-la de forma saudável e seguir as outras fases da vida enfrentando tropeços, alegrias, frustrações, ou seja, tudo que faz parte do viver.

Aos 66 anos, formada em jornalismo e direito, ela nem pensa em se aposentar e se enquadra em um novo perfil. São as atuais sessentonas e setentonas, vaidosas como sempre foram, que cuidam do corpo, são atuantes na profissão e não têm nada da imagem da vovó de alguns anos atrás, que não tinha outra perspectiva na vida além de cuidar dos netos e fazer tricô.

Visão dos especialistas

Maria Célia de Abreu, de 67 anos, psicóloga que há 15 estuda a questão do envelhecimento pelo IDEAC (Instituto Para o Desenvolvimento Educacional, Artístico e Científico) comenta: “A geração de mulheres que está próxima aos 70 anos enfrentou muitas mudanças sociais: começou a tomar pílula, trabalhou fora de casa, aprendeu a dirigir. Elas quebraram tabus e preconceitos, e continuam fazendo isso até hoje”.

E explica: “Essas mulheres estão mais livres. Cuidam mais do corpo e do emocional. Percebo que elas engolem menos sapos, exercem seus direitos, têm amigos de ambos os sexos. Isso não era permitido à mulher casada antes”.

Para ela a próxima geração de mulheres maduras enfrentará menos preconceitos: “Tenho impressão de que a fase do espanto com a postura desse grupo está acabando. Elas são guerreiras e estão mudando a visão da sociedade. As próximas gerações de mulheres de 60 e 70 anos estarão ainda melhores e com menos tabus para quebrar”.

As mulheres que chegaram com saúde e em forma na terceira idade podem ter contado com a genética. Mas muitas ajudaram a natureza fazendo exames médicos com periodicidade e utilizando as novidades da medicina e cosmética.

Luiz Antonio Gil Jr., geriatra e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria – Seção São Paulo afirma: “Há uma cultura que as estimula a procurar o ginecologista desde cedo. Mas muitas mulheres de 60 anos e de boa saúde têm procurado o geriatra para fazer trabalho preventivo, avaliação geral e identificar potenciais de risco”.

Para ele é impossível estabelecer até quando uma pessoa continuará ativa na maturidade, mas o médico tem acompanhando casos interessantes: “Tenho duas irmãs pacientes, uma de 95 e outra de 93 anos, que moram sozinhas, viajam e usam a internet”.

Segundo a professora de educação física e personal trainer Cloe Celentano os cuidados com a saúde também incluem uma rotina de exercícios físicos. “Há pouco tempo, os médicos receitavam apenas hidroginástica para as idosas, por ser uma atividade de menos impacto, assim elas não corriam o risco de ter uma lesão. Com o passar do tempo, os estudos mostraram que o impacto sobre os ossos é benéfico para aumentar a fixação de cálcio e prevenir a osteoporose. Elas começaram a procurar as academias para fazer musculação, que é indicada para mulheres acima dos 45 anos para prevenir o problema”.

E, a vaidade não fica por menos: as idosas contemporâneas querem estar sempre bonitas. Cloe diz: “Antigamente, elas usavam uma ‘calçola’ por baixo da calça de ginástica. Hoje estão sempre na moda e usam legging, tênis adequado e batom”.

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mulheres-contemporaneas-vaidosas-produtivas-e-de-bem-com-a-vidaLígia Azevedo – a precursora do “culto ao corpo”

Quem não lembra de Ligia Azevedo? Ou não adquiriu um de seus vídeos VHS com dicas e exercícios para uma vida saudável? Ligia, hoje com 70 anos, foi uma das responsáveis por ajudar a cultivar o culto ao corpo no Brasil nos anos 80.

Ela ficou conhecida como a Jane Fonda brasileira porque, assim como a atriz, divulgou a ginástica aeróbica que fazia sucesso naquela década nas academias. Mãe de uma filha de 50 e avó de dois netos, foi casada três vezes. O último casamento, aos 40, foi com um rapaz de 23 anos, relacionamento que foi um escândalo na época. Ela lembra: “Quebrei um tabu, fui parar em capa de revista por estar com um homem mais novo. Foi pesado”.

Ligia assume que fez três plásticas no rosto em um período de 30 anos, seguindo os conselhos de Ivo Pitanguy: “Ele me disse que a mulher tem que fazer plástica aos poucos depois dos 40 para nunca envelhecer. Fiz pequenas cirurgias a cada 10 anos. Por isso, quem não me vê há 30 anos diz que estou igual”.

Ativa, pode ser encontrada em seu escritório ou nos hotéis para onde leva seu spa na região de Búzios, no Rio de Janeiro, acompanhando as equipes de profissionais e se exercitando com elas. Além disso, ela estuda para se tornar terapeuta em antiginástica, um método que trabalha o alinhamento corporal e corrige vícios posturais: “Quero continuar com meu spa e dar essas aulas para ajudar pessoas”, diz.

Recentemente, Ligia participou de um comercial de cosmético destinado a mulheres com mais de 70 anos. Hoje, solteira, acha difícil encontrar um homem com sua idade e que acompanhe seu ritmo: “Mas quem sabe eu não encontro um de 50 de cabeça boa? Por enquanto não apareceu nenhum”.

Dermatologia – uma aliada

Atualmente a dermatologia possui infinitos recursos, produtos para todos os bolsos, usados no combate ao processo de envelhecimento e acima de tudo, aliados das mulheres. A toxina botulínica, o famoso botox, desponta como o preferido de médicos e clientes para paralisar músculos e combater as rugas. Mas há também os cremes à base de ácidos e aparelhos de laser que estimulam o colágeno e tratam a pele.

A dermatologista e mestre em dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo esclarece: “De maneira geral, as mulheres nessa faixa de idade estão mais jovens do que as das outras gerações, pois temos mais recursos de rejuvenescimento, além da cultura de vida saudável. A toxina botulínica pode deixar a pessoa bem, mas precisa de um profissional competente para aplicá-lo. E só isso não ajuda. Com a combinação de procedimentos, o resultado é muito melhor”.

Ser velho – uma ofensa?

A psicóloga Maria Célia de Abreu aponta um, entre muitos, preconceitos que as mulheres acima de 60 enfrentam com relação às palavras velho e idoso: “Ouço eufemismos como a idade de ouro, terceira idade, melhor idade. A melhor idade pode ser qualquer uma, dependendo da pessoa e de sua história. Gosto de usar o termo velho ou idoso, e gostaria que isso não fosse ofensa”.

Sexualidade

As mulheres contemporâneas vivem sua sexualidade, sem medo, sem receio, libertas: “É a quebra da ideia de que depois dos 60 não existe sexualidade, o que é uma mentira enorme. Essa sexualidade pode se manifestar de várias maneiras, desde demonstrações físicas de afeto como um simples abraço até a prática do sexo”, diz a psicóloga.

Para quem se interessar, o curta-metragem “Ruído de Passos” (https://vimeo.com/11165592) é exemplo de um sexo vivo e pulsante, independente da idade.

Na onda dessa nova mulher, sua sexualidade e vaidade, a empresa Duloren divulga uma nova campanha de lingeries e ousa mais uma vez. Com o intuito de valorizar a sensualidade feminina em qualquer idade, a companhia lançou uma campanha publicitária com a modelo Vera Juppa da Silva, secretária executiva aposentada de 77 anos.

Nas fotos, Vera aparece usando peças da recém-lançada coleção Dream. Denise Areal, diretora de Marketing e Estilo da Duloren explica: “Hoje as mulheres estão mais modernas, mais poderosas. Elas querem se sentir ‘sexy’ e atraentes em qualquer idade”.

Referências

ADMINISTRADORES (2012). Marca de lingeries Duloren lança campanha com modelo de 77 anos. Disponível Aqui. Acesso em 03/06/2012.

FRANCISCO, C. (2012). Novo perfil de idosas é marcado por mulheres trabalhadoras, vaidosas e com vida sexual ativa. Disponível Aqui. FOTOS: Divulgação

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