MP investiga asilos e clínicas clandestinas em Franco da Rocha

Responsável pelos inquéritos abertos no ano passado, a promotora de Saúde e Política para Idosos, Ana Paula Ferrari Ambra, visitou as clínicas sob investigação. Em operação conjunta com a prefeitura de Franco da Rocha, ela constatou as instalações precárias e o tratamento inadequado em alguns estabelecimentos.

 

 

Segundo a promotora, as clínicas e asilos também funcionam sem qualquer licença ou alvará, e sem equipe profissional adequada. “Essas clínicas foram abertas por pessoas comuns, sem formação, que viram isso como uma oportunidade de renda”, explicou. “Elas prestam o atendimento e recebem a aposentadoria, a que os doentes ou os idosos têm direito, como pagamento”, acrescentou.

A falta de equipamentos públicos para o atendimento a esses idosos e doentes facilita a proliferação das clínicas clandestinas no município. Franco da Rocha, que ficou conhecida como a cidade de um dos maiores hospitais de isolamento psiquiátricos do país, o Juquery, não tem hoje como atender as cerca de 348 pessoas que vivem nas clínicas investigadas pelo MP.

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A secretária de Ação Social de Franco da Rocha, Suely Aparecida Rinaldi, acredita que a legislação de 2001, que limita a internação por problemas mentais, também propicia o surgimento das clínicas. Segundo ela, não foi criado um sistema alternativo aos manicômios para atender essas pessoas. “Não é esse modelo de internação [que resolve], mas também não é esse descaso”, fala ao reclamar da falta de recursos para o atendimento social dessas pessoas e das poucas iniciativas da esfera estadual para resolver o problema.

Suely alega que a prefeitura não tem meios para fiscalizar a abertura de clínicas clandestinas, porque, na maioria das vezes, esses estabelecimentos são instalados em regiões ermas. “Tem casa que para você chegar lá é difícil e se chover você não sai”, exemplifica.

A coordenadora de Vigilância Sanitária do município, Gabriela Menezes, diz que a prefeitura está enfrentando com rigor as irregularidades nesse tipo de estabelecimento. “Este ano nós fechamos o cerco”. Segundo ela, a Vigilância Sanitária está acompanhando a desativação das casas que foram interditadas, mas continuam em funcionamento.

No entanto, Gabriela acredita que as ações não vão acabar com o problema, mas provocarão a migração dessas atividades para outras cidades. De acordo com ela, apenas 10% das pessoas internadas nas clínicas investigadas eram originários de Franco da Rocha.

Fonte: Correio do Brasil, Ano XI – Número 4213, 14/7/2011. Por redação com ABr – de São Paulo. Disponível Aqui

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