Memórias Vivas: indígenas idosos e jovens compartilham seus saberes, das tradições às novas tecnologias

Memórias Vivas: indígenas idosos e jovens compartilham seus saberes, das tradições às novas tecnologias

60 anciões indígenas compartilharam seus saberes tradicionais com os jovens. Um dos resultados dessa experiência de diálogo transgeracional e aprendizagem é a produção de 65 vídeos que estão disponíveis na internet e serão exibidos em atividade especial da Semana do Índio, no dia 19 de abril, no colégio Caramuru da aldeia Pataxó Hãhãhãe, no município de Pau Brasil (Bahia).
 

Gabriel Demasi (*)

 

Indígenas de oito comunidades dos estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco, vivenciaram nos últimos seis meses uma intensa troca de experiências através do projeto “Memória Viva”, uma iniciativa da ONG Thydêwá com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos. Sessenta anciões dos povos Pataxó, Pataxó Hãhãhãe, Tupinambá, Pankararu, Kariri-Xocó e Karapoto Plaki-ô compartilharam seus saberes tradicionais com os jovens, que os ensinaram a usar novas tecnologias, como os smartphones.

Um dos resultados dessa experiência de diálogo transgeracional e aprendizagem é a produção de 65 vídeos que estão disponíveis na internet e serão exibidos em atividade especial da Semana do Índio, no dia 19 de abril, no colégio Caramuru da aldeia Pataxó Hãhãhãe, no município de Pau Brasil (Bahia).

Para Mayá Pataxó Hãhãhãe, de 69 anos, os indígenas idosos escrevem sua história de outras maneiras além da escrita: “tem muitos idosos que a sociedade tacha de analfabetos, mas quando a pessoa conversa com eles percebe que são importantes sábios. Muitos de nossos anciões não tiveram oportunidade de aprender a ler e escrever, mas leem com maestria os sinais da vida e assim escrevem a história de nosso povo, uma história de inteligentes resistências”.

No mesmo sentido, Sebastián Gerlic, um dos coordenadores do projeto, afirma: “A memória viva está em constante movimento. Ela se nutre do passado, se faz no presente e sempre busca transformar o futuro. Quando os livros didáticos falavam apenas em ‘descobrimento do Brasil’, isso era uma tentativa de matar a memória dos povos indígenas, e assim matá-los. Mas os indígenas resistiram porque mantiveram sua memória viva”.

O projeto foi realizado em parceria com os Pontos de Cultura Viva existentes nas comunidades participantes. Aproveitando a Semana do Índio, o DVD com os vídeos será lançado, e assim poderá ser exibido nas escolas das aldeias e distribuído entre os participantes do projeto.

Fotos: Divulgação – extraídas do site do Projeto Memória Viva

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Serviço

Link para os vídeos: https://www.indiosonline.net/memoria-viva-videos/

Link para o projeto: https://www.indiosonline.net/memoriaviva/

Lançamento do DVD, com exibição dos filmes e rodas de conversa: Dia 19 de abril, de 10h a 12h e de 14h a 16h.

Local: Colégio Caramuru, na aldeia indígena Pataxó Hãhãhãe, município de Pau Brasil, Bahia.

Contato: Sebastián Gerlic (73) 988322226 e Potyra Tê Tupinambá (73)999825403 – ONG Thydêwá: https://www.thydewa.org/

 

(*) Gabriel Demasi é formado em Comunicação Social pela UFRJ. Atuou como assistente de revisão na Editora Objetiva. É colaborador do Portal do Envelhecimento. E-mail: [email protected]

 

 

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