Incidência de demência pode estar em declínio, revela pesquisa

Pesquisadores olharam para quatro períodos de dados – as décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000. Observaram um declínio progressivo na incidência de demência em determinada idade, com uma queda média de 20% por década desde os anos 1970. A redução foi mais proeminente entre um subtipo de demência causada por acidente vascular cerebral e outras doenças vasculares, juntamente com uma diminuição do impacto de doença cardíaca, o que sugere a importância do tratamento de AVC e prevenção de doenças cardíacas.

Ali Venosa(*)


A Demência continua sendo um importante problema de saúde pública nos Estados Unidos, com uma explosão de casos em uma população em envelhecimento esperada para as próximas décadas. Apesar disso, um novo estudo sugere que a taxa de novos casos de demência pode realmente estar diminuindo.

Muitos especialistas acreditam que o número de americanos com Alzheimer e outras demências vai crescer a cada ano devido à população crescente de cidadãos de 65 anos ou mais. Eles estimam que o número de pessoas que fazem parte dessa população com a doença de Alzheimer vai chegar a 7,1 milhões em 2025 – um aumento de 40% dos 5,1 milhões afetados em 2015. Em 2050, esse número pode quase triplicar para 13,8 milhões.

Para o estudo atual, os pesquisadores usaram dados do Framingham Heart Study (FHS), em que os participantes foram monitorados continuamente para a ocorrência de declínio cognitivo ou demência desde 1975. FHS coletou dados de exames, registos clínicos, entrevistas com membros da família, e exames de participantes por neurologistas e neuropsicólogos.

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A equipe olhou para quatro períodos de dados – as décadas de 1970, 1980, 1990, e 2000. Eles observaram um declínio progressivo na incidência de demência em determinada idade, com uma queda média de 20% por década desde os anos 1970. A redução foi mais proeminente entre um subtipo de demência causada por acidente vascular cerebral e outras doenças vasculares, juntamente com uma diminuição do impacto de doença cardíaca, o que sugere a importância do tratamento de AVC e prevenção de doenças cardíacas. Os pesquisadores também observaram que o declínio na incidência de demência só foi observado em pessoas com o ensino médio e superior.

“Atualmente, não existem tratamentos eficazes para prevenir ou curar a demência. No entanto, nosso estudo oferece esperança de que alguns dos casos de demência podem ser prevenidos, ou pelo menos adiados através de prevenção primária (evitar que o processo da doença comece) ou secundária (mantê-la de progredir para a demência clinicamente óbvia)”, disse o Dr. Sudha Seshadri, autor e professor de neurologia na Universidade de Boston de Medicina e pesquisador sênior do FHS, em uma declaração. “A prevenção eficaz poderia diminuir em certa medida a explosão prevista do número de pessoas que serão afetadas com a doença nas próximas décadas.”

Os autores reconhecem que são necessários mais estudos para estender os resultados para outras populações que não as incluídas na FHS. Ainda assim, disse Carole Dufouil, diretora de pesquisa da Inserm Bordeaux, é provável que uma melhor prevenção e gestão de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais podem ajudar a desacelerar o fardo da demência atualmente previsto. Isto, infelizmente, não significa que o número de pessoas com demência vai diminuir tão cedo, uma vez que os baby boomers ainda estão envelhecendo e vivendo mais.

(*) Ali Venosa. Tradução livre de Sofia Lucena. Fonte: Satizabal C, Beiser A, Chouraki V, Chene G, Dufouil C, Seshadri S. Incidence of Dementia over three Decades in the Framingham Heart Study. The New England Journal of Medicine. 2016. Disponível Aqui

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