Hanseníase tem cura

“A hanseníase é um problema de saúde pública e possui um alto potencial incapacitante. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos. São 34.894 ao ano.” Os dados foram expostos pela fisioterapeuta do Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Lilian Pinheiro, em palestra promovida pelo Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) acerca do tratamento da doença. De acordo com ela, apesar de ser infectocontagiosa, a hanseníase tem tratamento e é curável. Assim começa a matéria publicada no Informe ENSP da Fiocruz, assinada por Amanda de Sá.


A hanseníase é…

A matéria traz a explicação do que vem a ser a doença, considerada uma das doenças mais antigas da história e transmitida por via respiratória (tosse e espirro) e convívio prolongado. A doença não é passada por abraços ou apertos de mão. E existem ainda formas não-contagiosas da doença. Segundo a fisioterapeuta, a hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz, podendo causar deformidades físicas, possíveis de ser evitadas com o diagnóstico realizado no início da doença e o tratamento imediato. As pessoas em tratamento podem levar uma vida normal no trabalho, na família e na sociedade. Por isso a importância do diagnóstico precoce ser essencial para o tratamento e prevenção da doença.

Sintomas

Entre os sintomas, a matéria traz o seguinte: nódulos, manchas dormentes na pele, esbranquiçadas ou avermelhadas, diminuição de força nas mãos e nos pés, formigamento e/ou dor nas mãos e antebraços, pernas e pés, nariz entupido, feridas e sangramento nasal, ressecamento dos olhos e queda dos pelos.

Lilian Pinheiro alerta ainda para a diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, à dor e ao tato, caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos, dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, áreas com diminuição dos pêlos e do suor. Assinala que “Se observado qualquer um desses sintomas, deve-se procurar um posto de saúde o mais rápido possível. As pessoas atingidas pela hanseníase que apresentam mãos, pés e olhos insensíveis ou com atrofias devem adotar medidas e cuidados especiais no seu dia a dia. Já as pessoas que moram com alguém que recebeu o diagnóstico de hanseníase devem ser examinadas nos serviços de saúde e orientadas para reconhecer os sinais e sintomas da doença.”

Vale lembrar que todos os postos de saúde oferecem tratamento gratuito e o tempo dele pode variar de seis meses a um ano, dependendo do caso.

Prevenção

O médico residente em saúde da família e comunidade Ricardo Lajovic destacou na matéria algumas medidas de prevenção. Entre elas, a conscientização da população por meio do conhecimento dos sintomas e diagnóstico precoce da doença. Ele destacou a forte prevalência de casos no Centro-Oeste e Rio de Janeiro. “No caso do Rio, o aglomerado populacional e as diversas condições socioeconômicas proporcionam um alto índice de hanseníase.”

Campanha do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde lançou em janeiro uma campanha educativa dirigida à população e aos profissionais de saúde com o slogan “Hanseníase tem cura”, a fim de orientar os profissionais de saúde a identificar os sinais e sintomas da doença visando o diagnóstico precoce. A ação foi concentrada em todas as capitais e nas cidades com mais de 100 mil habitantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da Baixada Fluminense, das regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte e do norte de Minas Gerais. Estas áreas são consideradas, pelo estados do Pará e no Maranhão.

Para os organizadores da campanha, ela é de fundamental importância para conscientizar à população sobre a existência da doença e também sobre a disponibilidade do tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ver vídeo ao final desta matéria.

Recursos

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O Ministério da Saúde vem apoiando os estados e os municípios que ainda apresentam maior concentração da doença e que estão localizados, principalmente, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No final do ano, foram disponibilizados R$ 15,6 milhões a 40 municípios prioritários para a implantação de ações inovadoras que acelerem o combate à hanseníase e esquistossomose. Essas cidades detêm 24% dos casos novos de hanseníase diagnosticados no país. Os recursos devem ser aplicados em ações, aprovadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde, com foco na busca de casos suspeitos, exames de contatos, integração com a Estratégia Saúde da Família e outras ações que eliminem os focos de transmissão da doença.

Em 2013, o Ministério da Saúde realizou uma campanha inédita nas escolas para diagnóstico de casos suspeitos de hanseníase e tratamento coletivo de geohelmintos em 852 municípios, considerados prioritários. A campanha teve como objetivo a detecção de casos novos de hanseníase entre menores de 15 anos. “A partir destas análises foi possível identificar – nas famílias e nas comunidades – adultos portadores da hanseníase, que podem ter sido a fonte de infecção das crianças”, explicou o Secretário de Vigilância em Saúde. Segundo ele, quando há um caso em criança é porque existe um adulto próximo ainda sem diagnóstico e tratamento.

Foram submetidos ao exame inicial cerca 3,8 milhões de alunos, dos quais 243 mil foram encaminhados para avaliação nas unidades de saúde, sendo confirmados para a doença cerca de 300. Além disso, pela primeira vez no país, foi realizado o tratamento coletivo para verminoses, que alcançou 2,8 milhões de crianças. O Ministério da Saúde irá realizar nova campanha nas escolas, prevista para o primeiro semestre deste ano, acrescentando mais 150 municípios, totalizando cerca de 1.000 municípios.

A taxa de prevalência de hanseníase caiu 65% nos últimos 10 anos, passando de 4,33, em 2002, para 1,51 por 10 mil habitantes, em 2012. A queda é resultado das ações de combate à doença, intensificada nos últimos anos. O Brasil registrou 33.303 casos novos da doença. Em 2012, o coeficiente de detecção foi de17,17/100 mil habitantes na população em geral. Em menores de 15 anos, o coeficiente foi de 4,81/100 mil habitantes, redução percentual acumulada de 40% na comparação com o período de 2003 (7,98/100 mil habitantes) a 2012. Cinco estados apresentam coeficiente de prevalência acima de três casos por 10 mil habitantes (Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Rondônia) e três estados a menor taxa de prevalência (Rio Grande Sul com 0,12/10 mil habitantes; Santa Catarina 0,29/10 mil e São Paulo 0,34/10 mil).

Monitoramento

Entre as ações adotadas pelo Ministério da Saúde, também se destaca o Monitoramento para Eliminação da Hanseníase, realizado com apoio da Organização Pan-Americana/Organização Mundial da Saúde, que coletou dados em 60 municípios. Foram pesquisadas 164 unidades de saúde de todo Brasil, representando 27% da população brasileira (52,8 milhões). Os municípios selecionados foram os que apresentam maior carga da doença e concentram 60% dos casos.

Foram examinados 6.170 prontuários, realizadas 656 entrevistas com pacientes e com 279 com profissionais de saúde. No monitoramento, ficou constatado que 87,5% dos municípios brasileiros oferecem serviços de diagnóstico e tratamento para hanseníase. Também se observou na pesquisa redução da proporção de casos com grau dois de incapacidade física, de 18%, quando comparado os anos de 2007 e de 2011, demonstrando que o diagnóstico precoce está crescendo.

A ampliação da oferta de tratamento nas unidades públicas de saúde; o fortalecimento da busca ativa de casos para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno, além do aumento da capacidade de profissionais para realizar diagnósticos também são medidas que vem sendo adotadas para a eliminação da doença. O Ministério da Saúde repassa, regularmente, a estados e municípios recursos para as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças, inclusive para a hanseníase, por meio do Piso Financeiro de Vigilância em Saúde. Em 2013, esses recursos totalizaram R$ 1,3 bilhão.

Assista o video: Aqui

Referências

SÁ, Amanda de. Hanseníase: Brasil tem a segunda maior prevalência. Disponível Aqui. Acesso em 10/02/2014.

BLOG DA SAÚDE. Ministério da Saúde lança campanha de combate à hanseníase. Disponível Aqui. Acesso em 14/01/2014.

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