Habilidades que precisaremos desenvolver para as demandas de 2030

Habilidades que precisaremos desenvolver para as demandas de 2030

Os países analisados focam em habilidades como a educação, desde a básica até a superior, com foco nos professores; atividades voltadas para a gestão de serviços para o bem estar da sociedade; vida saudável e entretenimento/lazer.

 

Achei muito interessante a abordagem do artigo sobre as habilidades e profissões que serão tendência em 2030 – Estados Unidos e Reino Unido, publicado no Porvir, em Inovações em Educação, pois ao invés de colocar o foco nas funções ou nas inovações futuras, que não temos a menor chance de prever com certeza, devido à velocidade em que as evoluções tecnológicas acontecem atualmente e, aparentemente, serão renovadas ainda com mais rapidez nas próximas décadas; o foco da pesquisa e análise está nas habilidades que precisaremos desenvolver para estarmos adequados às demandas, cada vez mais exigentes dos clientes e do mercado.

Não me preocupo com a data em que o artigo se refere (2030), entendo ser alguns anos para frente e, tenho certeza, seus efeitos poderão ser antecipados.

De acordo com estudo feito pela Pearson, que destaca a importância de habilidades interpessoais e relacionadas ao pensamento sistêmico,  comentado em 21 de dezembro de 2017 num artigo intitulado “Pense em trabalhar habilidades, esqueça a profissão”, Vinícius de Oliveira escreve o seguinte: Em recente entrevista ao Porvir, Amar Kumar, vice-presidente da área de pesquisas da Pearson, lembrou que é mais importante estudar e trabalhar habilidades consideradas essencialmente humanas do que se preocupar com a extinção das profissões. 

O próprio autor do artigo pergunta: Mas quais seriam essas habilidades? E responde que “a pesquisa The Future Skills (O Futuro das Habilidades) traz uma lista do que será tendência para os Estados Unidos e Reino Unido e pode servir como pista do que vai influenciar o mercado de trabalho brasileiro de 2030. Afinal, como comentou Kumar naquela ocasião, a globalização tende a diminuir as distâncias geográficas.”

Vinícius de Oliveira assinala que de acordo com as previsões do estudo, “apenas um em cada cinco trabalhadores está em uma área que deve diminuir de tamanho. Apesar do senso comum dizer que serão necessárias “habilidades para o século 21”, o estudo caminha por nuances”.

O autor do artigo menciona que existe uma ênfase em “habilidades interpessoais, como ensino, consciência social e persuasão” nos Estados Unidos, enquanto que no Reino Unido é ressaltada a importância do pensamento sistêmico, como análise e tomada de decisão.

Vinícius de Oliveira assinala ainda que para chegar a essas conclusões, pesquisadores analisaram sete tendências globais com maior probabilidade de impacto sobre o futuro do trabalho. São elas:

  • mudança tecnológica;
  • globalização;
  • mudança demográfica;
  • sustentabilidade ambiental;
  • urbanização;
  • desigualdade crescente e,
  • incerteza política.

Observo que de forma generalizada, estaremos vivenciando evoluções muito rápidas, diminuição dos ciclos de vida dos produtos e serviços, descentralização da produção (para cada vez mais perto do consumidor) e incertezas acentuadas. Não estaremos totalmente prontos para nada, porém nossa experiência, habilidade e curiosidade nos permitirão aprender quase que em tempo real. Nossa versão Beta (quase pronto, podendo ser testado!) deverá ser exercitada com frequências cada vez maiores.

Vinícius de Oliveira comenta ainda em seu artigo que houve uma discussão com especialistas nestas áreas para gerar um algoritmo de machine learning (sistema autodidata) que conseguisse fazer as previsões. Entre elas estão as 10 habilidades e conhecimentos associados às profissões com maior demanda, nos Estados Unidos e no Reino Unido:

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Estados Unidos
– Estratégias de aprendizagem
– Psicologia
– Instrução
– Consciência social
– Sociologia e antropologia
– Educação e treinamento
– Coordenação
– Originalidade
– Fluência de ideias
– Aprendizagem ativa

Reino Unido
– Avaliação e tomada de decisão
– Fluência de Ideias
– Aprendizagem ativa
– Estratégias de aprendizagem
– Originalidade
– Avaliação de sistemas
– Dedução lógica
– Resolução de problemas complexos
– Análise de sistemas
– Monitoramento

Constato, assim, que cada cultura reagirá, no curto prazo, de uma maneira mais próxima de suas próprias formas de interagirem com as situações, valores e moralidade.

Já em relação às 10 competências gerais que todo aluno deve desenvolver, as 10 ocupações com previsão de maior demanda em 2030 (daqui a 11 anos e meio) comentadas no artigo, são:

Estados Unidos
– Professores de educação infantil, ensino fundamental e para educação inclusiva
– Profissionais especialistas em cuidados e serviços para animais
– Advogados, juízes e profissionais relacionados
– Professores de ensino superior
– Engenheiros
– Profissionais de estética e cuidados pessoais
– Cientistas sociais e profissionais relacionados
– Conselheiros, assistentes sociais e outros especialistas em trabalho social e comunitário
– Bibliotecários, curadores e arquivistas
– Profissionais de entretenimento, intérpretes, atletas e relacionados

Reino Unido 
– Especialistas em preparação de alimentos e serviços de hospitalidade
– Professores e profissionais da educação
– Atividades relacionadas a esporte e vida saudável
– Profissionais da área de ciências sociais e naturais
– Gerentes e proprietários em serviços de lazer
– Administradores e diretores em serviços sociais e de saúde
– Ocupações nas áreas artística, literária e de mídia
– Profissionais de gestão pública e relacionados
– Outras ocupações de serviços de primeira necessidade
– Profissionais de terapia

Verifico que, de forma geral, os países analisados mantém seu foco na educação, desde a básica até a superior, com foco nos professores; atividades voltadas para a gestão de serviços para o bem estar da sociedade; vida saudável e entretenimento/lazer. Podemos olhar para os países, que já estão ocupando posições interessantes, de locais com foco na formação e no bem estar da sociedade como ponto de partida para o enfrentamento da evolução da tecnologia e da rapidez com que os conhecimentos serão produzidos, como forma de capacitar profissionais para os novos tempos.

 

 

 

José Floro Sinatura Barros

Mestre pela Faculdade de Medicina da USP com o tema “Indicadores da qualidade de vida relacionados com o envelhecimento da força de trabalho”: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06062017-084959/pt-br.php; Formação em Constelação Sistêmica; Especialização em Consultoria de Carreira; Certificação Internacional de Coaching pelo ICI. Pesquisador convidado do CPET (Centro de Pesquisas sobre Envelhecimento no Trabalho); Membro dos grupos PROCAR/GEOCAR de estudos sobre desenvolvimento de carreiras FIA/FEA USP. Vivência de 12 anos como gestor de carreiras, com programas de Coaching Sistêmico, Coaching de Carreira e Coaching de Preparação para a Aposentadoria. Mantém o Blog do Floro. E-mail: [email protected].

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Mestre pela Faculdade de Medicina da USP com o tema “Indicadores da qualidade de vida relacionados com o envelhecimento da força de trabalho”: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06062017-084959/pt-br.php; Formação em Constelação Sistêmica; Especialização em Consultoria de Carreira; Certificação Internacional de Coaching pelo ICI. Pesquisador convidado do CPET (Centro de Pesquisas sobre Envelhecimento no Trabalho); Membro dos grupos PROCAR/GEOCAR de estudos sobre desenvolvimento de carreiras FIA/FEA USP. Vivência de 12 anos como gestor de carreiras, com programas de Coaching Sistêmico, Coaching de Carreira e Coaching de Preparação para a Aposentadoria. Mantém o Blog do Floro. E-mail: [email protected].

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