Gestão orçamentária para 2022 continuará aterrorizante
“Saudades de quando diziam que o Orçamento Público era uma peça de ficção. Hoje, é um filme de terror trash”. Filme que continuará, pois a gestão orçamentária permanecerá aterrorizante.
A frase da epígrafe acima é do Professor e Vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação de Direito da UFPR, Rodrigo Kanayama, na sua conta na rede social do Twitter[1], em 22/12/2021. A análise do Professor Rodrigo sobre o contexto mais recente sobre a gestão orçamentária do Governo Federal aponta para um cenário muito além do preocupante no médio e longo prazo. Acredito que os impactos relacionáveis à má gestão orçamentária pela qual vem passando o país nos últimos anos serão aterrorizantes. Fico imaginando que nem o mestre do terror, Giger, poderia imaginar algo tão tenebroso há três anos.
Durante 2021, li inúmeros relatos de diversos especialistas na técnica orçamentária que indicavam graves problemas relacionados às decisões que vinham sendo tomadas pelos agentes públicos que decidem os destinos da nação. Em meados do ano escrevi que a interminável série de erros técnicos, sejam teóricos ou práticos sobre gestão orçamentária, só demonstra que temos a pior equipe econômica da história do Brasil.
A cada leitura, o meu nível de preocupação aumentava. Por causa disso cheguei a sentenciar que a situação iria piorar porque decisões de agora impactam no longo prazo, especialmente nas pessoas idosas com menor poder econômico, que precisarão de serviços públicos na área de saúde, de assistência, de segurança pública, de previdência, transportes, iluminação pública, saneamento, gestão ambiental e seus impactos nos meios urbano e rural… Justamente aquelas que mais precisam de políticas públicas adequadas.
Como escrevi em meu último artigo do ano passado, hoje elas estão em meio a um faroeste de trocas de favores politiqueiros, que criam espaço à má gestão de recursos públicos. Ou seja, os mais pobres e mais idosos ficam reféns, sem apoio, sem representatividade, sem olhos, sem ouvidos.
Infelizmente, os estudos dos especialistas que eu li estavam certos e o tempo, implacável como sempre, comprovou isso.
A maior preocupação que tenho é que para 2022, o filme de terror trash deve ter uma continuação.

O ano de 2021 terminou com uma percepção muito interessante: a imprensa brasileira deu maior ênfase ao orçamento público, o que foi muito importante. Assim, mais pessoas poderão ter informações a respeito do tema e, consequentemente, poderão refletir mais e melhor na hora de votar. É o orçamento uma ferramenta no setor público que irá impactar na vida de todas as pessoas, desde o nascimento, até o seu último momento, a morte.
Notas
[1] Disponível em https://twitter.com/rodrigokanayama/status/1473655146974527493
Foto destaque de Karolina Grabowska/Pexels
