Fisioterapia e a doença de alzheimer

Fisioterapia e a doença de alzheimer

O papel do fisioterapeuta, que se propõe a reabilitar idosos, segundo a abordagem gerontológica, lida com três pontos-chaves…

 

O fenômeno do envelhecimento populacional tem determinado a necessidade crescente do melhor conhecimento e entendimento não só do processo de envelhecimento natural como das doenças mais prevalentes e suas consequências nessa fase da vida.

A faixa etária que mais cresce no Brasil é a dos idosos. A consequência positiva é o aumento da expectativa de vida do brasileiro. Por outro lado, a transição demográfica é acompanhada da transição epidemiológica, com expressiva sobrecarga das doenças crônicas não transmissíveis, as crônico-degenerativas, dentre as quais a demência tem grande impacto.

Em 2010, mais de 35 milhões de pessoas no mundo tinham o diagnóstico da Doença de Alzheimer (DA), e a estimativa é que esse número chegue a 65 milhões em 2030. O risco de ser diagnosticado com a DA dobra a cada cinco anos a partir dos 65 anos. Acima dos 80, um em cada três idosos tem chance de desenvolver demência. Em vários estudos, observaram-se mais mulheres que homens com demência (risco cumulativo de 17% versus 9%, respectivamente), provavelmente pela maior longevidade de pessoas do gênero feminino.

A DA é reconhecida, a exemplo de outras demências, como um relevante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, com impacto que atinge desde a família até as relações desse idoso com a sociedade. Com o progressivo e inexorável envelhecimento da população, a DA ganhará destaque como a epidemia deste milênio. Os países subdesenvolvidos, e até aqueles em desenvolvimento, serão os mais impactados com tal transição, uma vez que não estão preparados para lidar com o problema que sobrecarregará seus já claudicantes sistemas de saúde.

No Brasil, com o crescimento da população de idosos, a demência já é considerada um assunto de saúde pública. São, portanto, entre 700 mil e 2,7 milhões de brasileiros cujas famílias estão enfrentando as consequências dessa condição neurológica devastadora.

Dentre as doenças frequentemente associadas ao envelhecimento, a demência é considerada uma das mais impactantes e caracteriza-se por déficits progressivos de diversas funções cognitivas, levando ao prejuízo do pensamento e planejamento, perdas funcionais e sociais, além de alterações de comportamento, com consequente perda de independência funcional. O diagnóstico de demência preconiza a existência de prejuízo de memória e de, pelo menos, mais de um domínio cognitivo.

A Doença de Alzheimer (DA) é um tipo de demência neurodegenerativa, progressiva e, até o momento, inexorável. Além do comprometimento da memória, a demência apresenta o desenvolvimento de outra perturbação cognitiva, como afasia (diminuição das funções de linguagem), apraxia (prejuízo na capacidade de executar atividades motoras), agnosia (dificuldade para reconhecer ou identificar objetos) ou uma perturbação do funcionamento executivo (capacidade de pensar de forma abstrata e planejar, iniciar, sequenciar, monitorar e cessar um comportamento complexo).

No diagnostico da DA, os déficits cognitivos devem prejudicar o funcionamento ocupacional e/ou social e representar um declínio em relação a um nível anteriormente superior de funcionamento. Outras dificuldades cognitivas incluem prejuízo da atenção e concentração. São observadas possíveis perturbações motoras da marcha, levando a quedas, bem como a presença de delírios e alucinações.

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No que diz respeito aos principais fatores de risco para a DA, os mais prevalentes são: idade avançada, histórico familiar, alterações genéticas, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes melito, dieta inadequada, traumatismo cranioencefálico (TCE), doenças cerebrovasculares (AVE), baixo nível socioeconômico e cultural.

Quanto ao diagnóstico, é preciso lançar mão de muitas modalidades de avaliação: neuropsicológica, de linguagem, laboratorial e de neuroimagem, ou seja, podemos dizer que o diagnóstico da DA é, ainda, essencialmente clínico.

Observando-se os dados epidemiológicos sobre o avanço da Doença de Alzheimer no Brasil e no mundo, penso ser fundamental a realização de estudos aprofundados sobre como abordar esta alarmante doença – tanto farmacologicamente quanto a partir de estratégias de manejo adjunto ao medicamentoso, como através da fisioterapia, de abordagem gerontológica, que vamos propor aqui.

O papel do fisioterapeuta, que se propõe a reabilitar idosos, segundo a abordagem gerontológica, lida com três pontos-chaves: suas potencialidades, suas heterogeneidades e suas especificidades, sendo capaz de correlacionar suas funções físicas, cognitivas, emocionais e psicossociais, trabalhando não apenas no adiamento da instalação das incapacidades decorrentes do envelhecimento, mas também na área preventiva, ao atuar com as perdas ósseas e musculares das doenças crônico-degenerativas, como as demências.

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