Em pauta, Cidade para Longeviver!

Em pauta, Cidade para Longeviver!

O evento Cidade para Longeviver, a ser realizado dia 29/8, discutirá a questão urbana e o envelhecimento, tendo como convidados Eduardo Carlos Ferreira e Meli Malatesta. 

 

O mês de agosto contou com diversas reportagens e eventos envolvendo a cidade e os velhos. Somente o Portal do Envelhecimento publicou duas matérias: As cidades mais envelhecidas no Brasil e Envelhecimento populacional e desenvolvimento humano nos municípios brasileiros, ambas de nosso colaborador, o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves.

Em ambas ele trata do desenvolvimento e envelhecimento, processos que acontecem no longo prazo, algo em torno de cinco a sete décadas. Esse é o tempo, segundo ele, que um “município que administrou bem este processo, atinge uma estrutura etária mais envelhecida e obtém uma maior qualidade de vida para a sua população”. Não é o caso de nossa querida São Paulo, que estará em pauta no evento a ser realizado dia 29/8, onde a questão urbana e o envelhecimento serão discutidos, tendo como convidados Eduardo Carlos Ferreira – especialista em transformação digital, empreendedorismo de impacto e equidade de gênero do Banco Mundial, e Meli Malatesta – consultora e professora em políticas públicas, planejamento e projeto para mobilidade urbana ativa.

O evento, Cidade para Longeviver, promovido pelo Mestrado em Gerontologia da PUC-SP em parceria com o Itaú, será realizado pelo Portal do Envelhecimento, das 9 às 12 horas e aberto ao público em geral.

A cidade de São Paulo faz parte de meu envelhecimento e desenvolvimento. Nas minhas primeiras lembranças ao entrar para a equipe de docentes da PUC-SP, no Mestrado em Gerontologia, estão a cidade e o morar na velhice. Na ocasião, no início da década de 2000, a então coordenadora do Programa, a querida Suzana Medeiros, sempre dizia que gostaria de envelhecer ao lado de um mercado e não no campo.

Envelhecer na cidade é melhor que envelhecer no campo?

Morar ao lado de um mercado, e hoje temos vários minimercados se esparramando pela cidade, significa que a qualquer momento, precisando de algo, o acesso está ali, do lado, possível. Morar longe implica em maior dependência, do carro, dos outros, dos serviços que não são ofertados, de ausência de profissionais, e por aí afora.

A metáfora do mercado como cidade e, ao mesmo tempo, símbolo do possível, ilustra a oportunidade do acesso aos serviços e ou produtos existentes na área urbana. Por piores que sejam os serviços, quem mora na cidade certamente tem mais oportunidade de ter acesso a eles do que quem mora no campo onde nada há, ou quase nada, e quando há costuma ter muitas lacunas. Daí a cidade ser até hoje um ímã, ela atrai muita gente, eu sou uma delas. Vim para a cidade de São Paulo em busca de oportunidades na minha juventude.

O elevador permitiu a cidade crescer verticalmente, e continua possibilitando a muita gente com mobilidade reduzida continuar vivendo nela. Mas várias regiões da cidade cresceram horizontalmente, com casas e pequenos sobrados e barracos, uns sobre os outros, sem elevador, aprisionando nesses espaços muitas vidas pulsantes. Se para uns o elevador continua beneficiando e permitindo a inserção na sociedade, para outros, sua falta é uma das maiores barreiras físicas de isolamento social.

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São 96 cidades diferentes dentro de uma só cidade que é São Paulo. Como longeviver em cidades que maltratam seus habitantes, a começar pelos pedestres que têm que encarar andar em calçadas esburacadas, intransitáveis, com falta de acessibilidade, semáforos feitos apenas para carros e jovens, quando existentes, pois na maioria das vezes não há sinalização, fazendo várias vítimas de mortes? Como longeviver em uma cidade em que o desrespeito e ausência de civilidade é cada vez maior, a começar pelos próprios órgãos que deveriam respeitar o cidadão, executando o que mandam as leis?

Como longeviver em uma cidade sem a infraestrutura resolvida, uma atenção básica precária, ausência de políticas de moradia, enfim, uma cidade que se adapte à condição de muitos que nela estão envelhecendo? Como os demais países se prepararam e estão preparados para o longeviver? Essas e outras questões estarão em pauta no evento Diálogos “Cidade para Longeviver”.

Serviço

Evento: “Cidade Para Longeviver”

Dia: 29 de agosto, das 9 às 12 horas, com café da manhã

Local: Espaço Itaú de Cinema (Augusta)

Rua Augusta, 1.475, 01305-100 – São Paulo

Inscrições: necessário encaminhar email com nome e atuação para: [email protected]

 

Beltrina Côrte

Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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