Doença de Alzheimer representa 60% das demências do mundo

A demência é a principal causa de dependência funcional, institucionalização e mortalidade entre a população idosa, e associada a vários fatores de risco como doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hiperlipidemia, além dos fatores, idade, sexo, baixa escolaridade, depressão e alterações genéticas, os quais podem ser também responsáveis pelo aumento da incidência da doença.

 

 

doenca-de-alzheimer-representa-60-das-demencias-do-mundoA doença de Alzheimer corresponde a 60% dos quadros demenciais do mundo.

“O rápido envelhecimento populacional brasileiro ocorrido nas últimas décadas, fruto da transição demográfica, produziu mudança na pirâmide etária brasileira, com o aumento da expectativa de vida. Paralelamente à transição demográfica, observa-se mudança nos padrões de morbimortalidade, com predomínio das doenças e agravos não transmissíveis (DANT). As doenças cardiovasculares e neuropsiquiátricas passam a ocupar lugar de destaque, tornando-se rapidamente um problema de saúde pública, particularmente as demências, pelo grande impacto na população idosa”. Assim começa o artigo intitulado Doença de Alzheimer: estudo da mortalidade no Brasil, 2000-2009, em que dois autores, mestres em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Jane Blanco Teixeira e Joelma Higa, também são autoras.

O artigo, resultado de uma pesquisa, aponta que a doença de Alzheimer é o tipo de demência que mais prevalece entre os idosos no mundo. Foi publicado no volume 31, número 4, da revista Cadernos de Saúde Pública da ENSP, e traz ainda como autores: Mariza Theme, em parceria com Paulo Roberto Borges de Souza Junior, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

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De acordo com os autores, este é o primeiro estudo de abrangência nacional sobre a mortalidade por doença de Alzheimer no país. A doença de Alzheimer é “a principal causa de dependência funcional, institucionalização e mortalidade entre a população idosa, e associada a vários fatores de risco como doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hiperlipidemia”. Esclarecem, no entanto, que outros fatores podem ser responsáveis pelo aumento da incidência da doença, como idade, sexo, baixa escolaridade, depressão e alterações genéticas.

A pesquisa utilizou dados de base populacional, com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, quanto a evolução na mortalidade por doença de Alzheimer, no período de 2000 a 2009. Foram calculadas as taxas de mortalidade padronizadas por idade e sexo nas capitais brasileiras, observando-se a variação percentual por meio de ajuste por regressão exponencial.

Nesse período, assinalam os autores, “foram registrados 1.505.326 óbitos na população de 60 anos e mais, residentes nas capitais brasileiras, dos quais 0,4% teve a doença de Alzheimer como causa básica e 0,8% como causa mencionada na DO. Considerando o conjunto dos óbitos por doenças do sistema nervoso central em 2009, a doença de Alzheimer codificada como causa básica de morte representou 65% dos óbitos entre as mulheres e 51,1% entre os homens.” O grupo etário de pessoas com 80 anos ou mais apresentou 15,5% entre as mulheres e 14% entre os homens, e a faixa etária de 60 a 79 anos, a elevação foi de 8,4% entre as mulheres e 7,7% entre os homens.

Dados que levaram os autores a afirmarem que “a compreensão do aumento da mortalidade por doença de Alzheimer nos defronta com grandes desafios. Se por um lado, o envelhecimento populacional, a oferta de métodos diagnósticos e a melhor capacitação profissional para o diagnóstico da doença justifiquem seu aumento, a redução da prevalência dos principais fatores de risco, o persistente estigma da doença e a visão de que ela faz parte do processo natural do envelhecimento, atuariam em sentido oposto”.

Outros estudos

Um dado interessante é que o crescimento da mortalidade por doença de Alzheimer tem sido descrito em países de alta e média renda. Na revisão sistemática sobre incidência, prevalência e mortalidade por doença de Alzheimer, os autores encontraram que na China, “a carga da doença neste país está subestimada e que a velocidade de crescimento real é 20% maior do que as estimativas das agências internacionais de saúde”.

Eles encontraram outro estudo realizado em dez países desenvolvidos (Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Japão e França), onde as informações sobre dados vitais são de melhor qualidade, verificando também incremento da mortalidade. Esse estudo atribuiu as mudanças no comportamento da doença mais a fatores epigenéticos do que ao aumento da longevidade.

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