Doença Arterial periférica do idoso

Com o avanço da idade, diversas alterações vão ocorrendo no organismo. Os vasos sanguíneos sofrem modificações tanto por degeneração natural, como pela associação de fatores externos. As paredes das artérias engrossam, acumulam calcificações e tornam-se rígidas, o que altera sua capacidade de distensão, levando a alterações do fluxo sanguíneo.

João Batista Alves de Oliveira *


As modificações das artérias e de seu fluxo sanguíneo legam a várias doenças. A mais conhecida é a hipertensão arterial essencial (popularmente conhecida como pressão alta), porém afeta também a circulação periférica. O acometimento arterial periférico aumenta de freqüência com o avanço da idade, levando a uma diminuição do suprimento de sangue arterial para as extremidades.

O principal fator para esse acometimento é a aterosclerose. Porém, outros fatores de risco são bem evidenciados, como:

tabagismo, pois sendo a nicotina um potente vasoconstritor, diminui o fluxo sanguíneo distal;

diabetes mellitus;

dislipidemia (aumento de colesterol e/ou triglicerídeo);

hipertensão arterial sistêmica.

A sintomatologia da doença arterial periférica surge quando já se tem 70% do vaso obstruído. Tipicamente se tem a claudicação intermitente, ou seja, depois de iniciada a caminhada o paciente começa a ter fraqueza e dor nos músculos dos membros inferiores, levando à necessidade de parada. Com 5 a 10 minutos de repouso a dor passa, porém ao iniciar a caminhada o ciclo se repete, e assim sucessivamente. Os sintomas pioram com o frio, vento e em subidas.

A utilização de apoio, como bengala, não resolve, pois o problema é a deficiência de oxigenação muscular. O paciente também pode reclamar de adormecimento e formigamento dos membros inferiores e sensação de frio local. A dor em repouso denota gravidade, indicando que o suprimento de sangue arterial está menor que 10%.

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O tratamento varia conforme cada caso individual e por isso a necessidade de avaliação e acompanhamento médico.

O uso de medicamentos faz-se necessário, de acordo com a prescrição médica e não pelo uso indicado por vizinhos, amigos…

Importante que sejam controlados os fatores de risco, como: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, dislipidemia.

Adotar adequados cuidados com os pés, principalmente no caso dos diabéticos.

Evitar posições que diminuam o fluxo sanguíneo, como o cruzar a perna ao sentar.

Alguns casos poderão necessitar de procedimentos cirúrgicos.

Em todos os casos a avaliação e acompanhamento médico são fundamentais, principalmente para que se evitem as complicações.

*João Batista Alves de Oliveira – Médico. Mestrando em Gerontologia PUC-SP

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Giulio comenta:
O senhor afirma que os vasos sanguíneos sofrem modificações tanto por degeneração natural, como pela associação de fatores externos. O eminente biólogo celular Leonard Hayflick afirma em seu livro “Como e por que envelhecemos”, que um estudo de Lakatta e colaboradores teria comprovado que, em corações saudáveis, a função cardíaca não declina inevitavelmente com a idade como se pensava anteriormente (p.143). Ainda, Hayflick diz (p. 143) que há um espessamento da camada íntima das artérias com a idade, estreitando seu diâmetro e aumentando sua rigidez, mas que ambas são condições normais que não ameaçam a vida, podendo no entanto aumentar a vulnerabilidade ou a predisposição à aterosclerose quando existem outros fatores presentes. Que estudos fundamentam sua afirmação de que os vasos sanguíneos sofrem modificações por degeneração natural?
Dr. João Batista Alves de Oliveira
A Coluna Sua Saúde tem a finalidade de oferecer informações ao público leigo, de uma forma que possamos unir o conhecimento técnico ao entendimento simples. Algo que não seja técnico e incompreensível e nem determina o leitor como “incapacitado”. A afirmação do artigo baseia-se nos conceitos fisiopatológicos que regem nossas condutas frente a alterações vasculares e que norteiam a escolha de medicamentos baseados nisso (como o uso de medicamentos homeorreológicos, como a pentoxifilina). Poderíamos fazer uma guerra de artigos falando contra ou a favor, e nunca chegaríamos a um consenso. Concordo que realmente a função cardíaca não declina inevitavelmente com a idade, porque na prática clínica vemos idosos (bem idosos) com função cardíaca melhor que pessoas muito mais jovens. Isso faz parte de uma complexa rede de fatores internos e externos interagindo. Assim como todos os órgãos e sistemas do organismo, os vasos sanguíneos sofrem degenerações (é a nossa condição de seres finitos). Agora, o quanto isso vai ser mais pronunciado em uns que em outros depende de fatores diversos. Então a minha afirmação, para esse artigo dirigido a leigos, baseia-se em fundamentos fisiopatológicos de uso corrente na prática clínica.
Giulio comenta:
João, não tenho qualquer intenção de polemizar. Gostaria apenas de dizer que simplificar uma afirmação não significa distorcê-la. Afirmar que o envelhecimento produz uma degeneração natural é como dizer que o envelhecimento é uma doença ou provoca doença. É o que muitos médicos deixam transparecer em seus contatos com os clientes. Isto gera preconceitos sobre velhice e envelhecimento, o que me parece não ser o objetivo de um portal de gerontologia de uma universidade.
Dr. João Batista Alves de Oliveira
Realmente não é a finalidade do Portal ou minha pessoal associar velhice à doença. Nas próximas colunas me policiarei na escrita.

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