Diabetes, desafio do SUS

Há 387 milhões de pessoas vivendo com diabetes no mundo, 80% delas nos países de média e baixa renda. Cerca de 9 milhões de brasileiros acima de 18 anos sabem que possuem a doença, calcula o IBGE. Estimular e viabilizar o diagnóstico, prover informações adequadas e garantir o acesso a medicamentos e materiais essenciais para o controle da glicose são alguns dos desafios do SUS. Por isso virou tema da revista Radis, edição 157.

Rogério Lannes Rocha *

 

diabetes-desafio-do-susA edição n°157 de outubro de 2015 da Revista Radis, que está disponível on-line, traz como tema de capa o Diabetes mellitus, uma epidemia silenciosa que exige mudanças nos hábitos de vida e desafia o sistema de saúde a garantir acesso a medicamentos e cuidados. Segundo a Federação Internacional do Diabetes (IDF), há 387 milhões de pessoas vivendo com diabetes no mundo, 80% delas nos países de média e baixa renda. Cerca de 9 milhões de brasileiros acima de 18 anos sabem que possuem a doença, calcula o IBGE. Estimular e viabilizar o diagnóstico, prover informações adequadas e garantir o acesso a medicamentos e materiais essenciais para o controle da glicose são alguns dos desafios do SUS, de acordo com a Radis.

A matéria explica que há dois tipos de diabetes: a que geralmente aparece na infância, quando pouca ou nenhuma insulina é liberada pelo corpo, que tem origem genética e corresponde a 10% dos casos; e a que mais frequentemente é desenvolvida a partir dos 40 anos, quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina que produz – 90% dos casos.

A tendência é que a prevalência da diabetes na população continue crescendo na próxima década, em função do envelhecimento populacional e de fatores de risco como sobrepeso e obesidade, falta de exercícios físicos, hipertensão e colesterol alto, além de histórico familiar. As condições de vida e a obesidade, com a ingestão de alimentos mais calóricos (e mais baratos), estão associados ao aumento do diabetes entre a população mais pobre e menos alfabetizada. A preocupação aumenta diante dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em 2013, que revelam a obesidade de adultos e crianças como um dos principais problemas atuais de saúde no Brasil. É do que trata outra reportagem da Radis.

Receba as últimas notícias!

Não perca nossas principais notícias e notícias que você precisa saber todos os dias em sua sua caiza de entrada.

De acordo com os dados do terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), coletados em 2013 e divulgados em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a obesidade é uma das principais ameaças à saúde da população. O levantamento, feito em parceria com a Fiocruz, sob coordenação da pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde (Lis/Icict) Celia Landmann, irá orientar a tomada de decisões dos gestores em todo o país e também alertar às pessoas a adotarem hábitos mais saudáveis, explicou o então ministro da Saúde Arthur Chioro. Os dados indicam que em 2013 a obesidade acometia um em cada cinco brasileiros de 18 anos ou mais, correspondendo a 20,8% da população. O número é maior entre as mulheres em relação aos homens: 24,4% contra 16,8%. A pesquisa revela que o excesso de peso é um problema que atinge 82 milhões de pessoas, o que representa mais da metade da população (56,9%). De novo, as mulheres estão à frente dos homens, com 58,2% contra 55,6%.

Aproveitando a vinda ao Brasil do ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica, para fazer um registro dos avanços e o legado para a Saúde conquistados no país vizinho, a Radis fez uma matéria sobre as políticas progressistas para aborto e drogas do país que se destaca na América Latina. A primeira lei que despertou atenção internacional foi a descriminalização do aborto, em 2012, tornando o Uruguai o segundo país da América Latina a permitir a prática – depois de Cuba.

O texto, informa a matéria da Radis, descriminalizou a interrupção da gravidez durante as primeiras 12 semanas de gestação, desde que a mulher manifeste o desejo de abortar para uma equipe de pelo menos três profissionais. Antes de a lei ser promulgada, cerca de 33 mil procedimentos do gênero eram realizados no país anualmente. No primeiro ano da aplicação, houve registro de 6.676 abortos legais e seguros. Segundo a ex-diretora de Saúde Sexual e Reprodutiva do Ministério de Saúde Pública do Uruguai, Letícia Rieppi, a surpresa esteve no aumento das desistências em realizar o procedimento, contabilizado em 30%. Ela afirmou que os índices comprovam a eficácia da lei em promover a reflexão sobre o tema, e não a promoção do mesmo.

O país também se colocou na vanguarda, segundo a Radis, quando legalizou a maconha em todas as etapas, permitindo a produção, a venda e o consumo da substância – fato inédito. A Holanda permite a venda e o uso; Portugal permite o uso; mas nenhum país havia enfrentado ainda o nó da produção. Em 2014, toda a cadeia da maconha foi estatizada. O Estado assumiu o controle das atividades de importação, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de maconha ou de seus derivados. Já vigoram a permissão para autocultivo pessoal (plantio de até seis pés de maconha) e para clubes de cultura (com um mínimo de 15 membros e um máximo de 45, com número proporcional de pés de maconha). O processo de licitação para as empresas obterem a licença para a plantação e distribuição de maconha a farmácias está em curso. Nessas farmácias, os uruguaios maiores de 18 anos poderão comprar até 40 gramas por mês, a preço tabelado, próximo de 1 dólar por grama.

Leia essas e outras matérias na íntegra na Radis de número 157.

* É e ditor-chefe e coordenador do Programa Radis(*). Publicada em 08/10/2015, acesse Aqui

Portal do Envelhecimento

Compartilhe:

Avatar do Autor

Portal do Envelhecimento

Portal do Envelhecimento escreveu 4205 posts

Veja todos os posts de Portal do Envelhecimento
Comentários

Os comentários dos leitores não refletem a opinião do Portal do Envelhecimento e Longeviver.

Descubra mais sobre Portal do Envelhecimento e Longeviver

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading