Câncer, diabetes, cardiopatias e doença de Alzheimer: focos de pesquisas em saúde com maior financiamento

O geneticista norte-americano Francis Collins, que recentemente esteve pela primeira vez no Brasil para ver de perto a ciência feita no país latino-americano que mais recebe fundos do NIH (sigla em inglês para Institutos Nacionais de Saúde), foi entrevistado em maio por Sofia Moutinho, do Ciência Hoje On-line.

 

 

Na entrevista, Collins fala sobre as parcerias com o Brasil, as prioridades da pesquisa médica atualmente, os novos desafios da genética e a mais recente estratégia do órgão norte-americano de se aproximar da indústria farmacêutica para acelerar o desenvolvimento de tratamentos para doenças hoje sem cura, como Alzheimer e lúpus.

cancer-o-diabetes-e-as-cardiopatias-alem-da-doenca-de-alzheimerFrancis Collins, biólogo, foi diretor do Projeto Genoma Humano, que em 2001 apresentou o primeiro mapeamento genético total do ser humano. É conhecido na comunidade científica como um caçador de genes por ter identificado, entre tantos outros, os relacionados à fibrose cística e à doença de Huntington. Causou rebuliço ao lançar, em 2006, o livro A linguagem de Deus, no qual diz ser possível a conciliação entre ciência e região. Desde 2009, é diretor do maior centro de financiamento de pesquisas em saúde do mundo, o órgão público norte-americano NIH. Além disso, é entusiasta da comunicação da ciência e músico nas horas vagas.

Entre as perguntas feitas ao genetecista pelo Ciência Hoje On-line, estão:

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Quais são as prioridades das pesquisas financiadas hoje pelo NIH? Existem doenças que estão recebendo mais atenção no momento?

Somos a maior instituição de suporte à pesquisa médica no mundo, damos importância e nos responsabilizamos por todas as prioridades médicas. É difícil falar em prioridades, mas, ao olharmos para os maiores desafios médicos no mundo, no nosso caso, nos EUA, as principais frentes são o câncer, o diabetes e as cardiopatias. Outra doença que também está recebendo mais atenção agora é o Alzheimer, pelo fato de ser tão devastador para o indivíduo afetado e para sua família e também por ter se tornado cada vez mais comum por causa do aumento da expectativa de vida da população.

O NIH anunciou uma colaboração inovadora com companhias farmacêuticas para acelerar a pesquisa de tratamentos para Alzheimer, diabetes, artrite reumatoide e lúpus. A aproximação com a indústria farmacêutica é um tema sensível, sobretudo porque há interesses econômicos envolvidos. Como vai funcionar esse projeto na prática?

É uma questão sensível, sem dúvidas. Comecei a trabalhar nesse projeto há três anos com reuniões intensas com os líderes das pesquisas das indústrias farmacêuticas para tentar descobrir formas de, juntos, acelerarmos o processo para encontrar a próxima geração de alvos de drogas para tratar doenças para as quais precisamos desesperadamente de ideias. Queremos unir a expertise das indústrias e dos pesquisadores do NIH e de outros institutos de pesquisa.

Se esse projeto tivesse sido lançado há alguns anos, as indústrias farmacêuticas teriam dito que não precisavam de uma parceria, que preferiam fazer isso atrás da cortina da confidencialidade. Mas estamos vivendo uma nova era. Temos essas incríveis descobertas sobre o risco genético de doenças. Sabemos mais sobre o diabetes e as moléculas envolvidas na doença do que nunca. Mas é muita informação para processar. Então as indústrias farmacêuticas terão a oportunidade de sentar à mesa com as melhores mentes de suas companhias e também do círculo acadêmico e pensar qual é a melhor estratégia para identificar os alvos com mais chance de sucesso.

As indústrias estão muito frustradas porque a maioria das pesquisas que financiam para desenvolver novas drogas falha. Na maior parte das vezes, elas falham já no final do processo de testes clínicos, com despesas enormes. Estamos tentando trabalhar com a indústria em modelo de acesso aberto. Todos os dados ficarão abertos para todos; e isso é revolucionário. As indústrias farmacêuticas estão vendo que esse é o melhor caminho e que pode ser bom negócio para elas também. Uma vez que o alvo é identificado, aí sim elas passam a fazer seus testes para desenvolver uma droga.

Leia a entrevista completa acessando o link Aqui 

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