Boa vida na velhice?

De acordo com um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), patrocinado pela Comissão Europeia, o grupo etário que mais cresce entre as pessoas idosas são aquelas com mais de 80 anos, cujo número vai quase triplicar até 2060, passando de 4,6% da população para 12% em 2050 na Comunidade Europeia.

 

 

boa-vida-na-velhiceSegundo o estudo, a previsão é de que provavelmente a metade dessas pessoas vai precisar de ajuda para suas atividades diárias.

O relatório “Uma boa vida na velhice?” foi apresentado na conferência sobre “Prevenção do abuso e negligência de pessoas idosas na Europa”, que marcaram o dia de combate à violência contra as pessoas idosas celebrado mundialmente no dia 15 de junho. O evento foi organizado pela Comissão Europeia e escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas.

O relatório discute a importância do desenvolvimento de indicadores para medir serviços de cuidados seguros, eficazes e sensíveis de longa duração, e olha para as iniciativas dos países em curso para melhorar a qualidade de vida dos idosos frágeis, bem como os desafios técnicos.

A OCDE considera que em Portugal, um dos países analisados, as pessoas com 75 e mais anos de idade são as mais dependentes em relação às suas atividades de vida diária, considerando o aspeto “muita limitação” como o mais evidente. O relatório assinala ainda o pouco nível de investimento nos cuidados aos idosos, onde Portugal ocupa o 25º Lugar, dos países da OCDE. Como se não bastasse, o país ocupa o pior lugar do ranking, em número de cuidadores por cada 1000 pessoas com 65 e mais anos de idade.

O estudo estima que em 2050, cerca de 32% da população portuguesa terá 65 anos ou mais e 11% terá 80 anos e mais. A média da OCDE é de 25,7% e 10%, respectivamente. A garantia de serviços de cuidados de longo prazo de qualidade tem sido uma prioridade política desde a introdução da RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados) em 2007. Este é um exemplo de esforços para a criação de uma abordagem integrada que envolva serviços sociais e de saúde.

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No entanto, apesar do envelhecimento populacional, Portugal tem relativamente poucos profissionais capacitados e, consequentemente, poucas pessoas recebem serviços de saúde. Em 2011, havia quatro trabalhadores em instituições por 1.000 pessoas com 65 anos ou mais de idade, em comparação com a média da OCDE, de 3,2.

O relatório revela que até hoje famílias e autoridades públicas da Comunidade Econômica Europeia estão se esforçando para entregar e pagar por atendimento de alta qualidade às pessoas idosas com capacidades físicas e mentais reduzidas.

80+

Mais e mais pessoas atingem uma idade em que têm de conviver com diversas patologias, tornando-se dependentes da ajuda de outras pessoas em sua vida diária. Proteger o direito à uma vida digna de idosos frágeis está se tornando, assim, um desafio político importante.

Este relatório é sobre como os países estão abordando este desafio desenvolvendo medidas para garantir uma elevada qualidade de cuidados de longa duração – cuidado que é seguro, eficaz e centrado em torno das necessidades e capacidades dos próprios destinatários dos cuidados.

Iniciativas para estimular a melhoria da qualidade ganharam terreno ao lado de abordagens regulatórias tradicionais. Há exemplos interessantes de divulgação pública do desempenho dos prestadores de cuidados que permitem às pessoas idosas e suas famílias fazer escolhas de sistemas de classificação de qualidade que incentivam os fornecedores a competir nos resultados de cuidados de qualidade.

Proporcionar uma vida digna na velhice não é apenas um imperativo moral. Também é necessário assegurar que os cidadãos mais velhos possam maximizar o seu potencial para uma vida independente, reduzindo a sua dependência de outras pessoas. Capacitar as pessoas mais velhas, de modo também a aumentar a sua proteção contra os riscos de abuso ou cuidados inadequados.

Segundo o relatório, os governos devem assegurar e disponibilizar informações necessárias sobre a qualidade dos cuidados de longa duração. Inglaterra, Finlândia, Alemanha, Irlanda e outros países já fazem isso, permitindo aos usuários comparar a qualidade de diferentes prestadores de cuidados.

Leia o relatório na íntegra Aqui

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