Bauru tem 11,2 mil idosos sedentários

A Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes) de Bauru e o Conselho Municipal da Pessoa Idosa (Comupi) descrevem inúmeras opções de atividades físicas para os idosos na cidade. Mesmo assim, um estudo da Secretaria de Estado de Saúde em 2008 apontou que eles lideram o ranking de sedentarismo.

Monise Centurion *


Segundo a pesquisa, 28,9% das pessoas com mais de 60 anos no Estado de São Paulo não praticam o mínimo de atividade física recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é o movimento corporal de 30 minutos por pelo menos cinco dias da semana. Considerando que Bauru possui cerca de 39 mil pessoas nessa faixa etária (com base no último censo do IBGE), conclui-se que aproximadamente 11,2 mil idosos na cidade são sedentários.

Entre a população em geral, esse índice é de 19,4%. Para definir ou não o sedentarismo, qualquer movimento corporal pode ser considerado atividade física. Assim, ir até a padaria a pé ou passear com os netos ajuda na manutenção de uma vida saudável.

A presidente do Comupi, Ana Maria Michieli Benjamim, diz que a situação melhorou muito nos últimos dez anos com o aumento do número de instituições com atividades específicas para a terceira idade, como o Sesc e o Sesi, por exemplo.

Neles, os idosos podem participar da academia – que atrai aqueles mais vaidosos com a saúde e o corpo – e de aulas como alongamento, hidroginástica, vôlei e basquete. As práticas esportivas nesses casos são geralmente adaptadas, com regras mais leves, para que sejam respeitadas as limitações físicas dos mais velhos.

Outra opção que Ana Maria destaca são as diversas instituições de ensino da cidade, como a Universidade do Sagrado Coração (USC) e a Universidade de São Paulo (USP), que também contribuem com encontros, oficinas de dança e outros.

Distração

Ana Maria afirma que essas ocupações são uma distração, uma oportunidade para o idoso sair de casa, cuidar da saúde e fazer amigos. Ela conta que os participantes interagem com animação, sem deixar de fazer nada do que os professores pedem. “Eles gostam de dançar, de participar de festas. A associação dos idosos promove bailes semanais. Basta dizer que tem uma festa, que eles já se arrumam e vão dançar, se mexer. E não é só música lenta de parzinho, não!”, diz.

O custo também não deve ser empecilho de acordo com a presidente do Comupi. “A manutenção mensal pode não passar de R$ 10,00 dependendo da atividade. Cabe no orçamento médio do idoso”, comenta.

E mesmo para quem não quer gastar nada, ainda existem os centros de convivência ou entidades associadas à assistência social que reúnem grupos com atividades em três vezes por semana. Em Bauru são nove, nos bairros Bela Olinda, Vila independência, Bela Vista, Parque Jaraguá, Jardim Godoy, Dutra, Vila Tecnológica, Jardim Carolina e no distrito de Tibiriçá. Uma média entre 30 e 40 participantes ativos freqüentam os centros para atividades de lazer, esporte, artesanato e passeios.

A secretária municipal do Bem-Estar Social, Darlene Martins Tendolo, destaca também outra importância dos centros de convivência, onde o pessoal da terceira idade ainda recebe orientações diversas da assistência social, como informações sobre violência contra idosos.

Segundo ela, dessa forma é possível estimular a cidadania e também aumentar a auto-estima. “Uma das coisas que o idoso mais gosta é o lazer. O idoso não pode ficar ocioso, pois surgem inúmeras complicações, de saúde e de cidadania. Segregado e sem atividade, ele acaba adoecendo, sofre de tristeza, estresse e até depressão. É importante que ele faça parte de uma integração social, que continue a desenvolver habilidades, aprender coisas novas”, defende.

‘Só não faço mais porque não tenho tempo’

Domingo à tarde. Enquanto muitas pessoas tiram o dia para descansar, as irmãs Ana Quirino e Lenira Andrade aproveitam cada minuto para participar de um grupo de dança que ensaia o famoso musical Chicago. Esta é a última atividade da dupla, que começou o dia artístico ainda pela manhã.

As atividades não se restringem apenas aos domingos. Durante a semana, elas fazem aulas de teatro, sapateado, fisioterapia, coral e ainda cuidam da casa e da família. A lista é longa e com toda essa disposição, até parecem duas adolescentes gastando energia. Mas não.

Ana e Lenira têm, respectivamente, 65 e 61 anos, e garantem que só não fazem mais atividades porque não têm tempo. “A atividade física para a gente é muito importante, além de fazer muito bem. Não é porque a gente é da terceira idade que não podemos fazer as coisas”, afirma Ana. A irmã Lenira garante que sempre foram animadas. “Tudo isso deixa a gente mais feliz.”

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Números da pesquisa

• 8,4% são inativos totais

• 10,3% são irregularmente ativos totais (erram no tempo e número de dias)

• 10,2% são irregularmente ativos parciais (erram no tempo e número de dias)

• 28,9% não atendem o mínimo de atividade física

• Foram entrevistadas 2,6 mil pessoas com mais de 60 anos

Centros de convivência

• Bela Vista – rua Rui Barbosa, 17-51

• Vila Independência – Rua Itororó, quadra 12

• Quinta da Bela Olinda – Lar Escola Rafael Maurício – às margens da rodovia Bauru/Iacanga, na altura do trevo de acesso à Vila São Paulo

• Parque Jaraguá – Núcleo de Apoio Familiar – avenida Gabriel Rabello de Andrade, 7-85

• Vila Dutra – Paróquia São Pedro Apóstolo – rua da Igreja, 1-55

• Vila Tecnológica – Biblioteca Ramal – rua José Sbeghen, 1-115

• Jardim Carolina – Instituto dos Apóstolos da Sagrado Coração – avenida Sta. Beatriz Silva, 7040

• Jardim Godoy – Centro Comunitário


Fonte: Jornal da Cidade de Bauru. Publicado em 04/05/2009. Acesso em 17/05/2009.

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