Amora, mediando relações com amor e competência

Amora, mediando relações com amor e competência

A Amora Cuidadores de Idosos é uma empresa que tem por objetivo prestar o cuidado humanizado e ser referência na gestão gerontológica, assistência de cuidados personalizada e flexível, priorizando a relação entre o idoso e o profissional, evitando ao máximo que seja um atendimento impessoal. 


Conheci Isabel Landim no curso de extensão Fragilidades na Velhice: gerontologia social e atendimento, da PUC-SP, coordenado por mim, no primeiro semestre de 2019. Jovem, indagadora, muito participativa, sempre chegava às aulas que aconteciam aos sábados no campus da Vila Mariana, com o capacete de bicicleta a tiracolo, esbaforida, vindo de algum atendimento domiciliar. Sua presença chamou minha atenção e quis saber o que ela fazia. Disse que era formada em Gerontologia pela USP e que assim que se formou, abriu uma brecha no mercado criando uma empresa de cuidados personalizada. Da conversa informal a convidei para esta entrevista, a fim de compartilhar com vocês como diversas empresas surgem e como os jovens estão se inserindo de forma qualificada no mercado do envelhecimento, como é o caso de Isabel Landim, com a Amora Cuidadores de Idosos.

Trata-se de uma empresa que tem por objetivo prestar o cuidado humanizado e ser referência na gestão gerontológica, assistência de cuidados personalizada e flexível, priorizando a relação entre o idoso e o profissional, evitando ao máximo que seja um atendimento impessoal. A empresa atende em diversos domicílios em São Paulo: a avaliação inicial e o decorrer dos atendimentos são feitos na residência do idoso. Há uma ética muito grande ao atender a família, diz Isabel Landim, que normalmente vem com diversas problemáticas entre filhos e parentes que interfere diretamente no idoso a ser atendido. Para ela o respeito ao lar, suas individualidades e privacidade é crucial, assim como a autonomia, que é o poder de decisão do idoso, e deve ser preservada e estimulada. Essa é a base que fundamenta a Amora Cuidadores, desde a escolha do cuidador ou acompanhante, até as atividades desenvolvidas para ele. Ou seja, a Amora Cuidadores de Idosos apresenta soluções, ouvindo sempre antes de tudo a família.

Como, por que e quando surgiu a Amora Cuidadores de Idosos?

A Amora Cuidadores de Idosos surgiu a partir de algumas demandas. Desde 2015 venho trabalhando na gestão de casos, meu primeiro e grande caso foi na organização da vida de uma idosa negligenciada pela família. Com denúncias no ministério público, através da ONG EnvelheSer, assumi o caso reestruturando e inserindo a idosa nos serviços públicos disponíveis, como CREAS, Centro Dia da Prefeitura e articulando com a família distante a possibilidade de inserir um cuidador que poderia auxiliar na nutrição da idosa e de seu filho especial, para organizar o ambiente que era completamente impróprio para moradia devido a falta de higiene. Por conta do intercâmbio, que na época iria fazer fora do país, deixei o caso com um aperto no coração, mas com a sensação de dever cumprido, por ter deixado resultados duradouros, de acordo com a perspectiva sistêmica da família, me retirei do sistema (do caso) com ele funcionando bem e sem mim. Foi uma experiência, digamos, extraordinária e que me deixou com um gostinho de quero mais! Assim dei início às minhas experiências como gestora de casos, dando contiguidade em uma empresa particular de cuidado domiciliar. E quando eu já trabalhava em outro ramo da geronto, na área administrativa em um centro dia para idosos, surgiram demandas de famílias que precisavam de suporte nos cuidados de seus idosos em casa. Como eu tinha certa facilidade nessa área e possuía uma rede de contatos profissionais de confiança, comecei então a prestar esse suporte à algumas famílias que, gostando do meu serviço me indicavam para outras famílias que também precisavam desse tipo de suporte, seja para disponibilizar um profissional no perfil da demanda, seja para orientação em uma situação diferente em que o idoso começa a necessitar de mais cuidados, seja por perda de autonomia ou diante de uma doença.

Como surgiu esse nome? 

A partir dessas demandas tive que me estruturar como uma prestadora de serviço formal, necessitando de me cadastrar na prefeitura, fazer cartões de visita, e como não queria usar somente meu nome, precisei elaborar um nome que representasse o serviço que eu prestava. Como desde o início atuei com muito amor à minha profissão e aos mais velhos que estavam precisando de meus conhecimentos e intervenções para facilitar suas vidas e proporcionar mais qualidade, nessa nova perspectiva de prestação de cuidados, sendo autônoma, não seria diferente. Procurei um nome relacionado a palavra AMOR e que fosse marcante, que trouxesse curiosidade para as pessoas, para sempre me perguntar o porquê do nome. Fui listando os nomes que tinham a ver com o que eu procurava e sinceramente procurei nomes de empresas que deram certo. Referenciada à grande empresa “Apple” que usava o nome de uma fruta, pensei, porque não usar o nome de uma fruta também, que além de ser uma fruta que marcou muito a minha infância, tinha tudo a ver com o que eu sentia naquele momento, como tudo foi naturalmente se encaixando, surgiu então, no dia 17/10/2017, a AMORA.  E daí em diante foi tomada as providências para me formalizar como prestadora de serviços para idosos e desenvolver o site e material para meus clientes. 

Quem foram os mentores do projeto?
Foi a partir das necessidades que precisavam ser supridas de famílias que estavam sofrendo com a nova condição de seu idoso que criei a Amora. Mas tive muita influência  de uma terapêuta ocupacional Vanessa Idargo, que quando eu conheci me deu oportunidade de trabalhar na ONG e então pude ter contato com esse mundo do cuidado logo no início da minha carreira e também aprendi muito sobre a área de gestão do serviço trabalhando em seu Centro Dia Pasárgada hoje situado na Aclimação (SP). Outra pessoa importante nessa área do cuidado foi a gerontóloga Jullyane Marques que tem uma empresa no ramo de cuidado domiciliar e em um ano que estagiei em sua empresa tive oportunidade de conhecer seu negócio e todas as facilidades e dificuldades de prestar um serviço de cuidado para inúmeras famílias com demandas diversas. Com esses conhecimentos, e complementando as experiências que tive também na análise de atividades no Centro Dia Pasárgada, pude complementar meus serviços prestados, trazendo um diferencial, que foi a estimulação cognitiva e social dos idosos que eu atendia, proporcionando esse suporte além dos cuidados inicialmente contratados. 

Qual é o conceito de envelhecimento que fundamenta a Amora?

O envelhecimento é um processo que se dá de maneira diferente em cada pessoa, seja pelo estilo de vida que teve, pelo jeito de ser, o jeito que foi educado e educa seus filhos, seja em meio a diversos modelos familiares existentes. Enfim, o envelhecimento é heterogêneo. Mesmo que em muitas vezes sou procurada em contextos de nova realidade do idoso e de sua família por perdas e doenças comprometedoras, os idosos podem e devem ter seu poder de decisão respeitado. E assim a Amora respeita e estimula a preservação da independência e autonomia dos idosos.

Em que a Amora se diferencia de outras iniciativas semelhantes existentes no mercado mundial?

Nesse contexto da mudança de realidade dos idosos e suas famílias, diante de novas necessidades do idoso por cuidados específicos, a Amora considera importante uma atenção diferenciada, considerando a heterogeneidade. Então, desde a avaliação inicial até a escolha do profissional acompanhante ou cuidador, a personalização da atenção é necessária para atender com dignidade, seja na flexibilização de horários de cuidado, quanto na atenção especializada na cognição, condição clínica e/ou psicológica.

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Como vocês veem o mercado do envelhecimento hoje no Brasil?

Há um mercado promissor no que se diz ao aumento de clientes com dependência na realidade do envelhecimento no Brasil. Isso não quer dizer que o idoso dependente não se enquadra em uma condição saudável mesmo em meio à doenças e dependências. Ao mesmo tempo que há um aumento de clientes em potencial, há uma disponibilização de serviços sem controle que atende em demasiada atenção não capacitada e nem especializada que pode oferecer riscos aos idosos, no que se diz a falta de atenção à família e na preservação cognitiva e de autonomia do idoso.

Qual foi a maior dificuldade encontrada?

Desde o início a dificuldade é da família compreender o diferencial da Amora e conhecer melhor o serviço. Como a Amora oferece um cuidado personalizado, envolvendo profissionais capacitados e especializados, a família tem ainda uma resistência em investir no seu idoso, por ainda não conhecer bem esse mercado e preferir, talvez, pagar um cuidador, mas observa-se que logo a família percebe a diferença, seja na grande carga do cuidador e a necessidade de mais de um profissional. Quando o cliente entende e percebe a importância do serviço diferenciado no que se diz à atenção social e cognitiva que são os serviços complementares que nós prestamos, a segurança é um ponto forte para enfim escolher e confiar em nosso serviço.

Quais são os projetos para o futuro?

Temos a intenção de amplificar nossos serviços à idosos mais novos, no suporte na prevenção e planejamento da própria velhice.

Como as pessoas podem entrar em contato com a empresa?

A empresa tem uma relação muito estreita com seus clientes através do WhatsApp, São Paulo (11) 95194-3993 e também disponibiliza algumas outras informações sobre nossos serviços e sobre a gerontologia no site: www.amoracuidadores.com.br.


Inscrições: https://edicoes.portaldoenvelhecimento.com.br/produto/curso-modelagem-de-negocios/

Beltrina Côrte

Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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