Alemanha exporta experiência de aposentados

Alemanha – Criado há 30 anos, o SES envia especialistas veteranos para darem consultoria a empresas e instituições educacionais na Alemanha e no exterior. Realizado voluntariamente, serviço é considerado um modelo de sucesso.

Elizabeth Schoo /  (md) Revisão: Augusto Valente (DW.DE). Fotos: SES

 

Cinco anos atrás, Siegfried Müller sequer sabia onde ficava Kigali, capital de Ruanda. Isso mudou quando sua esposa o registrou no Senior Experten Service (SES – Serviço de Especialistas de Terceira Idade). A fundação oferece a aposentados a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos na Alemanha ou no exterior.

Açougueiro aposentado, Müller conseguiu sua primeira missão pelo SES justamente em Kigali. O proprietário de um supermercado ruandense queria incluir salsichas em seu sortimento, e caberia ao aposentado ensinar o processo de confecção aos funcionários.

Mas, para o idoso alemão, trabalhar no país africano era coisa difícil de imaginar. “No começo, fiquei chocado”, recorda o ex-açougueiro de 65 anos. “O que associamos a Ruanda, na Alemanha? O genocídio dos hutus e tutsis. Depois, não ouvimos mais falar em Ruanda”, comenta, em entrevista à DW.

Ele procurou mais informações sobre o país no Ministério do Exterior, e por fim decidiu viajar. Em janeiro de 2009, Müller voou para a África pela primeira vez em sua vida, ficando quase cinco meses em Kigali. Desde então, retornou varias vezes ao país, além de ter trabalhado na Etiópia e na Zâmbia.

Atividades em mais de 160 países

alemanha-exporta-experiencia-de-aposentadosNa foto, agrônomo Volker Hache acompanha produção de mamão desidratado no Peru.

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O SES iniciou seus trabalhos em Bonn em 31 de janeiro de 1983, inicialmente como projeto-piloto da Câmara Alemã de Indústria e Comércio (DIHK) e do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento. “Eles fundaram o SES para garantir que a valiosa experiência de trabalho dos especialistas alemães não se perca, quando eles se aposentam”, explica Ute Sonnen, vice-diretora departamento do SES responsável pelos serviços no exterior. O projeto-piloto logo se tornou um sucesso. Nos últimos 30 anos, mais de 25 mil atividades foram realizadas em 160 países.

O SES não cria projetos próprios, mas simplesmente responde aos pedidos. E assim que encontra um voluntário capaz de cumprir a tarefa, ele é enviado ao exterior. O voo é pago pelo SES, com ajuda do Ministério do Desenvolvimento. A empresa que fez o convite se encarrega da alimentação e do alojamento.

Não há a preocupação de que os idosos possam usar sua viagem para fazer férias no exterior, afirma Anja Tenambergen, diretora do departamento do SES encarregado da região África. “Os clientes relatam que os peritos são muitas vezes tão motivados que até trabalham nos finais de semana, se necessário.”

Sucesso também na Alemanha

alemanha-exporta-experiencia-de-aposentadosNa foto, a aposentada Monika Kuppler ensina egípcios a manufaturar tecidos de melhor qualidade

Embora os serviços de peritos veteranos tenham sido originalmente destinados a outros países, empresas alemãs também passaram a receber os valiosos conselhos dos aposentados. Até mesmo alunos que têm notas baixas podem contar com os aposentados de boa vontade, que agem como padrinhos, ajudando-os a estudar para as provas escolares.

Além disso, o Serviço de Especialistas também oferece apoio para grupos de trabalho nas instituições de ensino. É o caso de uma escola em Bonn que recebeu ajuda de um aposentado do setor agrícola para criar sua plantação de agrião. “Para os alunos, foi uma experiência emocionante. Eles puderam acompanhar tudo, desde a escolha do agrião, passando pela forma das embalagens até a comercialização do produto”, relata Ute Sonnen.

Para Siegfried Müller, o SES também foi um enriquecimento pessoal. Ele gostaria muito de voltar à África e espera poder ser convidado novamente. A informalidade da maioria dos africanos foi o que mais cativou o alemão. “Em Colônia, onde moro, dizemos ‘Et kütt wie et kütt’ [‘O que será, será’, em tradução livre]. Já os africanos dizem ‘Hakuna matata’. É a mesma coisa.”

Fonte: Acesse Aqui

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