A importância de não se generalizar a velhice e o envelhecimento

A importância de não se generalizar a velhice e o envelhecimento

Ninguém envelhece da mesma maneira e é por isso que a tendência a homogeneizar a velhice e o envelhecimento tende a ser ameaçadora às exigências que o processo está colocando em evidência em nossa sociedade e, especialmente, em matéria de políticas públicas.

Algec (*)

 

“A velhice, como qualquer outra etapa do ciclo vital, desafia a pessoa a crescer, a desenvolver e participar”, afirma Paula Forttes Valdivia, representante da ALGEC no Chile. Se encontramos certas certezas quanto ao envelhecimento em suas categorias biológicas, psicológicas e sociais e seus determinantes históricos, estas são sua heterogeneidade, diversidade e singularidade. Ninguém envelhece da mesma maneira e é por isso que a tendência a homogeneizar, a conclusões rápidas e padronizadas tendem a ser ameaças às exigências que o processo de envelhecer coloca em evidência em nossa sociedade e, especialmente, em matéria de políticas públicas.

A velhice, como qualquer outra etapa do ciclo vital, desafia a pessoa em direção ao crescimento, ao desenvolvimento e à participação. Também é verdade que na velhice as doenças e as perdas funcionais nos levam a perder autonomia e o declínio aparece como o grande temor associado à necessidade de cuidados.

A velhice não é só crescimento, ou apenas declínio, nem é primeiro crescimento e depois declínio, é o crescimento e declínio ao mesmo tempo e é nessa dialética que temos de procurar respostas, tentando distinguir sistematicamente critérios e formas que respondam à heterogeneidade, singularidade e diversidade das experiências de vida com as quais teremos de trabalhar.

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Uma preocupação em compartilhar é a tendência de esperar que a variável idade resolva e categorize. A verdade é que, sendo um indicador relevante, por si só não pode diferenciar nem no biológico nem no psicossocial. No entanto, o aumento da expectativa de vida hoje, mais do que nunca, coloca em xeque os 60 anos como o início da etapa da velhice, um número não ajustado em termos de aposentadoria e gênero.

Atualmente, além de quando determinamos que começa a etapa da velhice, o concreto é que ela está se transformando no estágio mais extenso do ciclo de vida e pode até ultrapassar 30 anos e que dados únicos devem nos levar, pelo menos, a determinar categorias dentro de 60 e mais que abordam definições e ênfases mais relevantes para coleta e definições de dados.

Nenhuma outra etapa do ciclo de vida é prolongada por tanto tempo e, por isso, os requisitos do ambiente e capacidades individuais são mais do que necessários para uma dança harmônica que está prejudicada se não conseguirmos definir, na fase ou ciclo, sub etapas ou sub ciclos, que permitam termos maior precisão. Ninguém pensaria em enviar um jovem de 18 anos para um jardim de infância. No entanto, a escassa oferta de serviços para os idosos não faz distinções relevantes que outorguem maior relevância para a idade ou sexo, ou residência, entre outros.

Falar de envelhecimento ativo, como falar de políticas de cuidado é falar sobre a participação e a participação real das pessoas idosas passa pelo reconhecimento da sua heterogeneidade, diversidade de interesses, idade, coorte, sexo, residência e outros. Esse conhecimento é imperativo, pois se queremos respostas significativas para questões complexas, o convite parece ser o de aprofundar o conhecimento a respeito de quem são essas pessoas idosas, suas segmentações, que possam nos dar informações específicas que nos levem a compreender o geral. Trata-se de um convite ao estudo de diversos grupos de idosos que esperamos que não se tornem invisíveis.

(*) Algec – Asociación Latinoamericana de Gerontologia Comunitária. – Somos un organismo regional que promueve los derechos humanos de las personas mayores y la integración de los países Latinoamericanos desde la perspectiva de la Gerontología Comunitaria.

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