10 atividades de estimulação cognitiva para realizar com o seu familiar

10 atividades de estimulação cognitiva para realizar com o seu familiar

Manter o seu familiar em hobbies e atividades que foram prazerosos no passado é importante após o diagnóstico da doença de Alzheimer e uma das formas de estimulação cognitiva.

 

A Doença de Alzheimer (DA), tipo mais comum de demência (50-80% dos casos, de acordo com a Associação Internacional de Alzheimer – ADI), prejudica progressivamente a memória, o comportamento e a capacidade funcional. No entanto, os estudos têm demonstrado que a estimulação cognitiva em idosos com DA tem melhorado o desempenho e o comportamento nas atividades de vida diária, graças à plasticidade cerebral. Nos casos de idosos com demência, o que ocorre é que as capacidades preservadas compensam as comprometidas pela doença.

Manter os parentes em hobbies e atividades que lhes deram prazer no passado é importante após o diagnóstico da doença e uma das formas de estimulação cognitiva, que dentre outros benefícios, auxiliam a: Ativar as memórias; aproximar o familiar da pessoa doente; encorajar a comunicação; diminuir a ansiedade e irritabilidade comuns a muitos pacientes com esta doença; fazer as pessoas com o diagnóstico sentirem-se mais engajadas com a vida; melhorar a qualidade de vida do familiar e do paciente.

Mas afinal, quais as melhores atividades para pessoas com Alzheimer? Isto é muito individual! É importante proporcionar atividades que tenham algum significado, que não sejam apenas para preencher o tempo. Considerar os interesses que eles tinham no passado, sabendo que muitas vezes as atividades deverão ser adaptadas para a realidade atual devido ao estágio da doença ou por segurança, afinal, o que antes era prazeroso, não pode ser frustração no presente.

Indicamos 10 atividades que podem ser realizadas com o seu familiar de forma prazerosa. Elas não devem ser propostas de uma só vez, faça em dias e horários diferentes, respeite o estágio da doença em que a pessoa se encontra e faça adaptações quando necessário

1) Cantem ou toquem uma canção – escolha de acordo com o gosto do seu familiar. Tente buscar canções que ele possa cantar junto, se perceber que ele soube cantar boa parte da música, pare de tocar e deixe-o cantando a capela.

2)Vejam álbuns de fotos – antigas ou recentes as fotografias são sempre uma excelente opção, um elo entre o passado e o presente, um bom gatilho para iniciar uma conversa, recordar uma história, nomes, datas, eventos. Muito da história de vida e da opinião sobre o seu familiar poderá ser descoberto neste momento!

3)Assistam vídeos da família – para esta opção também valem os vídeos recentes ou antigos; muitas vezes temos que ligar antigos aparelhos para conseguir transmitir as imagens, isso será outro exercício cognitivo. Quantas recordações! Que diversão será ver as roupas, cabelos, como cresceram as crianças!

4)Cozinhem pratos típicos da família – toda família tem o seu prato típico, doce ou salgado, talvez os dois! Aquela receita que só os mais velhos têm que são símbolo de aniversários, Natal, Páscoa, ou outra tradição, é o momento ideal de compartilhar e aprender a receita!

5)Releiam um livro que seu familiar gostava – não importa que ele já tenha lido, releiam, juntos podem ir conversando sobre o enredo, compartilhando ideias! Podem intercalar quem fará a leitura em voz alta, isso trabalha diferentes funções cognitivas.

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6)Leiam um jornal ou uma revista – costuma levar o seu familiar para consultas médicas ou exames? Que tal aproveitar este momento e lerem juntos alguma reportagem? Conversem a respeito, tecem seus comentários e críticas, façam conexões com a história de vida.

7)Façam artesanatos e artes juntos – pintura, crochê, tricô, costura, bordado, entre outros trabalhos manuais, são excelentes, mas podem ser mais complicados a depender do estágio da doença. Vale buscar opções diferentes ao que seu familiar estava habituado para ser mais simples e prazeroso. Existem opções lindas específicas para este público à venda.

8)Cuidem de plantas ou visitem um parque – auxilie ou incentive seu familiar a ter plantas para cuidar, talvez ervas aromáticas que poderão ser colocadas na comida.

9)Assistam vídeos compartilhados nas redes sociais – atualmente é comum recebermos vídeos engraçados ou motivacionais nas redes sociais, raramente compartilhamos com o nosso familiar com Alzheimer; além de não ficarmos isolados ao smartphone, criaremos mais um momento de integração e comunicação.

10)Façam chamadas de vídeo para outros familiares – utilizem a tecnologia a seu favor, uma chamada por vídeo com parentes distantes pode ser muito enriquecedor e estimular bastante a cognição.

 

Caso seu familiar não goste ou resista em participar das atividades, dê-lhe um tempo, não se zangue, pois em nada irá ajudar! Tente proporcionar a atividade com uma aproximação diferente, expondo o que será feito, de forma diferente, ou apenas “puxando assunto”. Pergunte a ele(a) quais atividades gostaria de realizar, ou o que gostaria de modificar em algo que já fazem em conjunto. Lembre-se de se concentrar no processo, no momento presente e não no resultado, não há problema se ele(a) não se recordar do que fizeram algum tempo depois, ou se o nome do parente para quem telefonaram não for lembrado, o importante é que enquanto a atividade estiver sendo realizada, exista prazer, para ambos!

A demência pode afastar o idoso das atividades, da família e dos amigos, mas mantendo essas relações e interesses podemos reduzir drasticamente os prejuízos à cognição e melhorar a qualidade de vida de todos.

 

 

 

Fabiana Satiro de Souza

Pedagoga, especialista em Gerontologia pela Unifesp com titulação e associação pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), mestre em Psicologia da Educação pela PUC-SP, especialista em Neuropsicologia pelo HC/FMUSP. Sócia na empresa 50Mais Ativo, Coordenadora do Grupo de Apoio de Perdizes da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz-SP), atua há mais de 15 anos na área de estimulação cognitiva e assessoria em atendimento domiciliar, auxiliando frente ao declínio cognitivo e às dificuldades enfrentadas pela família e cuidadores no dia a dia. Site: www.50maisativo.com.br. E-mail: [email protected]

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Pedagoga, especialista em Gerontologia pela Unifesp com titulação e associação pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), mestre em Psicologia da Educação pela PUC-SP, especialista em Neuropsicologia pelo HC/FMUSP. Sócia na empresa 50Mais Ativo, Coordenadora do Grupo de Apoio de Perdizes da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz-SP), atua há mais de 15 anos na área de estimulação cognitiva e assessoria em atendimento domiciliar, auxiliando frente ao declínio cognitivo e às dificuldades enfrentadas pela família e cuidadores no dia a dia. Site: www.50maisativo.com.br. E-mail: [email protected]

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