Quais são suas crenças?

Quais são suas crenças?

O que assusta ao pensar no envelhecimento? Quais as crenças associadas ao envelhecer? Quais foram as frases ditas desde nossa infância sobre “em velho ser”? O que percebemos ou escutamos sobre o “velho” atualmente? São essas afirmativas que formam nosso sistema de crenças.

 

A maioria das pessoas teme o envelhecimento. Apesar de sabermos que é a melhor opção que nos resta, temos, por vezes, dificuldade de enfrentar essa fase de vida. Ouço muitos relatos de pessoas que se sentem ainda um jovem por dentro, que agradece cada experiência vivida, mas se assusta diante do espelho. O que não deixa de ser um paradoxo, porque um jovem não teria oportunidade de viver as experiências que o tempo trouxe. Então, por que temer?

Quem abriria mão de viver tudo que viveu, ainda que com alguns percalços?

O susto diante do espelho está relacionado à ideia de envelhecer que temos formada dentro de nós. Esse conceito advém do sistema de crenças e valores construídos que nos levam a acreditar e a comportar desta ou daquela maneira.

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Estas crenças associam-se à memória coletiva e, daí, forma-se uma cultura sobre o que é envelhecer. De tanto acreditar nesses conceitos, de tanto seguir pelo mesmo caminho, eles criam campos mórficos, ou seja, eles viram uma verdade, porque nós a construímos. Por exemplo, um filhote de cão doméstico recebe informações da memória coletiva de outros cães domésticos e comporta-se como se espera que um cão doméstico se comporte – de maneira bem humanizada. Mas cães selvagens terão a mesma informação de comportamento? Claro que não.

Então a visão sobre o envelhecimento pode ser relativizada (assim como qualquer crença incômoda), colocada sobre dúvida, questionada quanto a sua veracidade. Uma vez que tudo evolui, podemos quebrar o paradigma de temor diante do envelhecimento, rompendo com o sistema de crenças existente. Ao invés de repeti-los, podemos olhá-los de perto e desintegrá-los. E, assim, criar novo sistema de crença que busque uma vida em plenitude.

O que temos a fazer é entrar em contato com o próprio coração e perguntar o que assusta ao pensar no envelhecimento. Quais as crenças associadas ao envelhecer – quais foram as frases ditas desde nossa infância sobre “em velho ser”. O que percebemos ou escutamos sobre o “velho”? São essas afirmativas que formam nosso sistema de crenças.

Criamos rótulos, adjetivos e sentimentos sobre o que é envelhecer. Mas eles são criações, criaturas de nosso pensamento e não uma verdade. Escreva-os em um papel, olhe para eles e desacredite deles. Pergunte-se sobre cada um deles, sobre a verdade deles, sobre os sentimentos que eles geram em você. Afirme para si mesmo o oposto sobre o que ele te diz. E policie-se para pensar de forma diferente.

Construa para você mesmo um lugar diferente. Temos o dom de ser “uma metamorfose ambulante”, por isso evoluímos, saímos das cavernas e já estamos no espaço. Porque se romperam verdades e tentou-se novo movimento. Vamos fazer o mesmo com nossas crenças? Amplie-se nesse novo conceito formado e busque um modo de vida liberto, que traga contentamento, respeito e referências sobre si mais positivas, evolutivas, agregadoras para o seu próprio envelhecimento.

Imagens de obras de arte de Paul Klee

Ana Cristina Curi

Psicóloga formada pela PUC-MG. Especialista em terapia sistêmica e psicologia transpessoal. Membro do Colégio Internacional de Terapeutas. E-mail: [email protected]

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Psicóloga formada pela PUC-MG. Especialista em terapia sistêmica e psicologia transpessoal. Membro do Colégio Internacional de Terapeutas. E-mail: [email protected]

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