Política sobre a dependência e Endividamento de pessoas idosas, pesquisas premiadas

Política sobre a dependência e Endividamento de pessoas idosas, pesquisas premiadas

Estes foram os temas ganhadores, primeiro e segundo lugar, respectivamente, do Prêmios Longevidade Bradesco Seguros – 4ª edição, na categoria Gerontologia.

 

O Prêmio Pesquisa em Longevidade Bradesco Seguros – 4ª edição, reconhece e premia projetos de pesquisa desenvolvidos em âmbito acadêmico nas categorias Geriatria e Gerontologia. Podem participar do concurso todas as pessoas físicas, plenamente capazes e comprovadamente residentes no Brasil. Os projetos de pesquisa devem ter sido desenvolvidos no período de 01/01/2007 a 04/09/2017 e aprovados por agências de fomento nacionais ou estaduais nas áreas de conhecimento existentes nessas agências e que remetam ao tema Longevidade no sentido amplo.

Política sobre a dependência e Endividamento

O estudo situacional dos idosos dependentes que residem com suas famílias visando a subsidiar uma política de atenção e de apoio aos cuidadores, de Maria Cecília de Souza Minayo, ficou em primeiro lugar no Prêmios Longevidade Bradesco Seguros na categoria Gerontologia.

Minayo é socióloga, com mestrado em Antropologia Social e doutorado em Saúde Pública. Desde 1997 é editora científica da revista Ciência & Saúde coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva e pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Saúde Coletiva, atuando como professora, pesquisadora e orientadora. Tem vários prêmios por seus méritos na área de saúde dentre eles o de “Medalha de Mérito da Saúde “Oswaldo Cruz” conferido pelo Ministério da Saúde em 2009 e o Prêmio de Direitos Humanos em 2014 conferido pela Presidência da República.

A pesquisa de Minayo dá continuidade a uma série de estudos realizados por ela e seu grupo de investigação sobre cuidados com a pessoa idosa em situação de vulnerabilidade. Tem a finalidade de analisar as estratégias de cuidados que as famílias utilizam para lidar com os idosos com dependência física, mental, cognitiva e social no âmbito familiar. E propõe-se a mostrar, tanto as implicações subjetivas, sociais e econômicas, quanto as que têm relação com o manejo das diferentes situações.

A meta do estudo é subsidiar a construção de uma proposta de “Política de Dependência” como vem sendo chamada em vários países europeus, por meio de a) visitas e entrevistas aos familiares e cuidadores familiares de pessoas idosas dependentes nos municípios brasileiros do Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Manaus, Teresina, Brasília e Porto Alegre, b) profissionais de saúde que compõem a rede de atenção primária e c) gestores. E construir um diagnóstico situacional compreensivo que possa subsidiar a construção de propostas governamentais de cuidado das pessoas dependentes.

Serão mapeadas as famílias por meio do acesso e do apoio da Estratégia de Saúde da Família nos municípios mencionados, e serão ouvidas as pessoas – inclusive os idosos que tiverem capacidade cognitiva para o diálogo – sobre questões que serão desdobradas nas entrevistas.

As questões a serem tratadas são assim resumidas por Minayo: como está ocorrendo o processo de cuidados pelas famílias das pessoas idosas que têm algum tipo de dependência; o que significa para as famílias ter uma ou mais pessoas dependentes em casa em termos econômicos e sociais; como é a situação da pessoa ou das pessoas que cuidam; qual é o apoio recebido dos serviços de saúde para facilitar o cuidado em domicílio; e o que os familiares, profissionais de saúde e gestores propõem para melhorar a situação vivenciada e aprimorar os cuidados.

Segundo Minayo, conhecer e propor ações para melhorar a situação desses idosos é fundamental num cenário em que as principais vítimas da dependência são os homens e mulheres acima de 80 anos, a faixa entre os idosos que mais cresceu (45%) nos últimos 20 anos.

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Embora falte sensibilidade aos gestores para o assunto, esta não é uma questão para amanhã, ela é urgente e precisa fazer parte da responsabilidade do Estado e da sociedade e não apenas da família. Portanto, a imagem-objetivo deste estudo é subsidiar uma “Política sobre a Dependência” no País, iniciativa que hoje já existe em várias partes do mundo que se importam com o bem estar social dos cidadãos.

Endividamento de pessoas idosas

A propensão ao endividamento de pessoas idosas: um estudo sobre fatores de risco ao endividamento de pessoas idosas no Rio Grande do Sul, por Johannes Doll, ficou em segundo lugar na mesma categoria, isto é, Gerontologia.

Johannes Doll possui graduação em Teologia Católica e em Educação, com mestrado e doutorado em Educação. É especialista em Gerontologia. Atua e pesquisa no campo da Educação e Envelhecimento. Atualmente é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul atuando na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação. É editor chefe da Revista “Estudos interdisciplinares sobre o Envelhecimento”.

A pesquisa de Johannes Doll visa estudar os fatores que podem levar pessoas idosas ao endividamento para, desta forma, oferecer recursos detalhados para intervenções multidisciplinares, seja da ordem educacional, psicológica ou jurídica.

A pesquisa foi desenvolvida a partir de estudos anteriores sobre a questão do endividamento com pessoas idosas e a partir de uma pesquisa de doutorado sobre a educação financeira de pessoas idosas. O estudo se propõe a levantar dados socio-demográficos, financeiros e posicionamentos a respeito do significado do dinheiro, do materialismo e de posturas em relação ao endividamento de pessoas idosas em sete cidades do Rio Grande do Sul. As mesmas pessoas serão acompanhadas por três anos para poder registrar possíveis processos de endividamento, bem como processos de ajustes nas suas situações financeiras.

Trata-se de um estudo em andamento. O levantamento de dados foi iniciado em 2016 e foram realizadas entrevistas com 406 pessoas. Estes dados já foram tabeladas e análises foram feitas que demonstram a complexidade do processo de endividamento desta faixa etária. Primeiros resultados da pesquisa foram divulgados em eventos científicos, entre estes o Congresso Mundial de Gerontologia, XXI IAGG em San Francisco, Estados Unidos através de pôster, em julho de 2017.

 

 

 

 

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