Longevidade e envelhecimento em pauta na mídia

Em seu artigo, denominado O que é ser jovem até o fim, Betty Milan traz uma interessante definição de envelhecimento. Para ela, não se resume ao aspecto físico. Ela conta que procura no dicionário uma explicação para a palavra que a satisfaça. Não encontra. “No caso dos seres humanos, não se pode dizer que seja perder o viço. O homem não é um fruto. Tampouco se pode dizer que é estar em desuso. O homem não é um objeto.”

 

Milan nos fala ainda sobre como Lacan não parece velho aos seus olhos, mesmo tendo 74 anos quando ela o conheceu. “A intensidade do olhar evidencia a juventude do homem”, afirma Milan. Lacan, segundo ela, nunca parou de começar.

Um amigo da autora, chamado Francisco, morreu precocemente, segundo o texto, porque só sabia dizer “na minha idade é assim”, lamentando o tempo que passava e não aceitando as mudanças do corpo. Não soube se reinventar, apenas se repetia. Acreditava que, aos 60 anos, já não podia iniciar nada.

A psicanalista fecha sua coluna dessa forma, referindo-se a Francisco:
“Foi vítima de uma fantasia arcaica sobre o tempo e viveu na contramão, fazendo de conta que o tempo não existia. Morreu precocemente por não ter sido capaz de entender que, depois de deixar de ser natural, a juventude é uma conquista.”

O texto de Milan está na página 135, da Veja número 24/2011.

Na mesma revista, a reportagem de capa, assinada por Fabio Altman e Álvaro Oppermann, com colaboração de Giuliano Guandalini e Juliana Mariz, fala sobre “a história de sucesso de cientistas e experimentadores que estão reprogramando as células de seu próprio corpo para imitar o único método comprovado de aumento da expectativa de vida em mamíferos: a prevenção calórica”.

Veja traz o perfil desses cientistas: o inglês Aubrey de Grey e os americanos Raymond Kurzweil e Timothy Ferriss. Por fim, apresenta os 10 mitos da vida longa. Na capa, a chamada: “Longevidade – Os donos do tempo: suplementos, dietas, exercícios e estilos de vida dos primeiros seres humanos que estão conseguindo retardar o relógio biológico.”

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O que há de fantasia e realidade nessas experiências é difícil dizer. Mas é possível aprender algumas coisas acerca do envelhecimento e da longevidade com essa reportagem. Vale a pena dar uma lida. Até para saber que os cientistas não lutam contra a morte, a qual pode ocorrer a qualquer momento ao se atravessar uma rua e ser atropelado. A morte aparece como o imponderável. Mas o que o artigo afirma é que não se morrerá mais de doenças, pois elas desaparecerão.

“O homem que terá 1000 anos já nasceu”, é o subtítulo dessa reportagem, que está na página 140. Nele, consta que o biólogo Aubrey de Grey dedica parte de sua vida a “curar o envelhecimento”, o que para ele em pouco tempo será como tratar uma infecção urinária ou uma gripe. Segundo ele, “temos 50% de chances, com os avanços dos estudos a respeito da degenerescência das células, de estender a vida humana a 200 anos até 2030-2040”.

Esse e o texto de Milan chamam atenção, especialmente, como o tema longevidade tem sido notícia na mídia. Isso é fundamental para a consolidação de uma cultura acerca do tema em nossa sociedade.

Além da Isto É, que recentemente também abordou a pauta em sua capa, a revista Época trouxe, igualmente na capa, uma reportagem intitulada “Como a idade faz o nosso cérebro florescer”.

De autoria de Marcela Buscatto, a matéria fala sobre pesquisas que apontam que as pessoas, com a idade, podem tornar-se mais esquecidas, porém, ficam mais inteligentes. Tendo por base o livro O melhor cérebro de sua vida, da americana Barbara Strauch, a reportagem traz entrevistas com pessoas acima de 40 anos relatando o que percebem em seu cérebro com o passar dos anos.

Como diz a jornalista responsável pela matéria, “existe um outro lado, inteiramente positivo, das transformações cerebrais trazidas pelo tempo”.

As reflexões e pesquisas apresentadas pela autora do livro, continua Marcela, “fazem a ideia de envelhecer – sobretudo do ponto de vista intelectual – bem menos assustadora do que costuma ser”.

Vale conferir os textos citados. A reportagem de Marcela Buscatto pode ser lida a partir da página 106, na revista Época de 4 de julho de 2001, edição número 685, da editora Globo.

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