Lina Realli, 103, lúcida, saudável e com a autonomia que lhe cabe

Lina Realli, 103, lúcida, saudável e com a autonomia que lhe cabe

Aos 103 anos, completamente lúcida, saudável e com a autonomia que lhe cabe, Lina Realli conta com fulgor suas histórias da juventude. Nascida e criada na cidade de Mantova, na Itália, a senhora de porte altivo ainda mistura o dialeto italiano com as palavras pronunciadas em português claro.?

Redação Carazinho/DM. Foto: Foto Mayara Dalla Libera *

 

Aos 14 anos, Lina veio para o Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial. “Era muita morte, briga e tristeza nas divisas do país, do Estado, e mesmo dos lotes. Cada vizinho queria um palmo a mais de terra, e era uma conquista, uma briga diária se manter vivo lá. Então, viemos para o Brasil, eu, meu papai, minha mamãe e meus dois irmãos, com promessa de uma vida melhor”, relembra.?

Sem nunca ter casado, Lina diz não saber a idade que está, mas lembra que veio para Carazinho para viver perto da família e ser cuidada por duas sobrinhas, filhas de um dos irmãos.

Hoje, a italiana nata vive no Residencial Bella Vitta. “Eu não tenho profissão, e bem dizer elas que me sustentavam. Então me convenceram dizendo que era para eu vim para cá, para ficarmos todos juntos. Sempre recebo visitas deles e nos meus aniversários vamos comer massas legitimas italianas”, diz Lina.??

Sobre o segredo da longevidade, a centenária recua, pensa e entre risos afirma não saber, sentindo-se felizarda. “O que eu sei é que se comia muita polenta e era muita lida com o trabalho. Mas, hoje como normalmente. Então, não posso dizer que sei identificar qual é a especialidade, o segredo para a minha longevidade”, brincou.

A enfermeira, Melissa Borges, arremata dizendo que todos os dias a senhora toma o sol da manhã, e o resultado reflete nas pernas a mostra pela saia até o joelho. ??Lina acrescenta que os pais também viveram bastante, relembra que cuidou deles até ficar bem velhinhos, por isso acha que viver bastante também é hereditário. “Eu sou teimosa, não gosto de tomar remédios. Remédio é veneno, porque se faz bem por um lado, acaba estragando o outro”, afirma Lina.

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A enfermeira explica que para uma melhor circulação, eles precisam dar um comprimido de AAS escondido na comida e um remédio que controla a pressão, em função da idade avançada. “Ela é extremamente saudável, não precisa tomar remédios se pensar na idade que ela está. Dona Lina tem um pouco de dificuldade de locomoção, mesmo assim, aos poucos, devagar, ela sobe as escadas com sua bengalinha”, comenta. Ouvindo a conversa de canto de ouvido, dona Lina acrescenta: “No dia-a-dia não uso óculos, uso óculos apenas para ler, porque a longevidade encurta a visão”, menciona.

Quanto a adaptação a língua, Lina jura não ter sofrido, enquanto os pais, morreram balbuciando poucas palavras latinas. “Volta e meia aparece alguém aqui para falar comigo em Italiano. E eu gosto de ensinar os outros também”, concluiu.

A enfermeira Melissa diz que a maioria dos idosos atendidos pela clinica tem entre 85 e 90 anos, o que aponta um aumento da população idosa no município. “Os grupos de terceira idade, as recreações realizadas e a inclusão do idoso na vida social, fazem com que além de viver mais, a longevidade seja sadia, com qualidade de vida”, ponderou.

Trabalho realizado com os grupos de terceira idade no município?

A coordenadora dos grupos de terceira idade do município, Talia Castilhos de Oliveira, conta que existem 25 grupos ligados à Secretária de Assistência Social. “A maioria desses grupos fazem domingueiras, além disso, cada um faz um baile anual, e arrecadam renda para os passeios deles. Geralmente eles viajam para praias, parques de águas termais, e eventualmente para outros lugares turísticos”, explica.?Tália acrescenta que essas atividades melhoram a qualidade de vida na terceira idade, fazendo a inclusão deles na sociedade. “Todos me relatam que depois de passar por um grande problema, ou perda de um ente querido, procuraram o grupo ou foram convidados a participar dos grupos. Eles contam que retomam a vida social com mais alegria e disposição”, concluiu.

Números comprovam que a população está vivendo mais?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados indicando que a expectativa de vida da população subiu para 74 anos e 29 dias, em âmbito nacional. A pesquisa aponta que, em 2011, a esperança de vida ao nascer no Brasil era de 74,08 anos (74 anos e 29 dias), representando um incremento de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em relação a 2010 (73,76 anos) e de 3,65 anos (3 anos, 7 meses e 24 dias) sobre o indicador de 2000. Assim, ao longo de 11 anos, a esperança de vida incrementou-se anualmente, em média, em 3 meses e 29 dias. Esse ganho, na última década, foi maior para os homens, 3,8 anos, contra 3,4 anos para mulheres, correspondendo um acréscimo de 5 meses e 23 dias a mais para os homens do que para a população feminina.

Atualmente, em Carazinho, segundo dados do IBGE, a população total residente com idade entre 50 e 59 anos é de 7.116 pessoas, na faixa etária entre 60 a 69 anos a população é de 4.574 pessoas, e o número populacional com 70 anos ou mais é de 3.866 pessoas.??

Fonte: Diário da Manhã, 1/12/2012. Acesse Aqui

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