Estatuto do Idoso em versos de cordel

“O Estatuto do Idoso / Vamos aqui apresentar. Agora iremos saber / Das garantias que há / Nessa importante Lei / Que chegou para aplicar. Direitos e Cidadania. Ações públicas decentes. Respeito aos mais velhos. Tratamentos diferentes. Com atenção especial / Ainda mais envolvente”. Foi assim, em versos de cordel, que a Prefeitura do Recife lançou um novo modelo do Estatuto do Idoso. Cinco mil cópias foram impressas para serem distribuídas para 80 grupos de convivência da melhor idade nas Regiões Político-Administrativas do Recife (RPAs). O objetivo é tornar a leitura do texto mais fácil e lúdica. Os versos foram escritos pelo cordelista Jairo Lima.

 

 

A versão em cordel do Estatuto do Idoso tem oito páginas e resume os principais pontos do documento original (Lei 10.741/2003), sancionado em outubro de 2003. O novo formato já foi apresentado na última sexta-feira, no Teatro do Parque, para cerca de mil idosos dos quatro mil que integram os grupos de convivência. A solenidade ocorreu dentro das perspectivas de valorização do cenário multicultural da cidade, com a apresentação do Concerto Poético “Vozes do Recife”, da Companhia Fiandeiros de Teatro, que narra a história do Recife a partir da visão de grandes poetas pernambucanos, como Manuel Bandeira e Carlos Pena Filho.

O Estatuto-cordel foi feito sob a coordenação da Secretaria de Assistência Social do Recife, através da Gerência de Políticas de Promoção para proteger o chamado grupo social da terceira idade. No Recife, são cerca de quatro mil pessoas que participam dos grupos de convivência. Segundo a gerente de políticas e promoção da Secretaria de Assistência Social, Andréia Matos, a idéia surgiu a partir de oficinas desenvolvidas nos grupos de convivência que fazem trabalhos manuais, recreativos e esportivos. “Estávamos trabalhando nas oficinas o Estatuto do Idoso, quando Jairo Lima, que é um cordelista do Cabo de Santo Agostinho, veio nos oferecer a proposta”, afirmou.

Coordenadora de um grupo de idosos no Alto do Eucalipto, Adail Gomes de Lima, 63 anos, aprovouo lançamento do Estatuto na versão em cordel. Para ela, que trabalha com pessoas da maior idade durante toda semana, agora é possível conhecer os direitos e deveres de forma lúdica. “Achei a idéia ótima, porque também beneficia os que têm nível de escolaridade mais baixo”, afirmou, lembrando a importância histórica da cultura popular no aprendizado.

A literatura de “cordel” ganhou esse nome, porque os versos eram expostos para venda pendurados em cordas e em barbantes. Ela surgiu na Europa, mas encontrou terreno fértil no Nordeste, onde é usada para divulgar fatos que marcam a nossa história. Por meio do cordel, é possível ilustrar lendas, fatos do cotidiano e da cultura popular. Agora, através dessa poesia popular, o idoso tem mais uma ferramenta para dominar o seu espaço.

Fonte: Vida Urbana, 21/12/2008. Disponível Aqui 

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