Cuidados paliativos, como proceder em casa

Cuidados paliativos, como proceder em casa

A vida começa com uma chegada. Termina com uma despedida. Chegada e partida são, igualmente, partes da vida.

 

Pensar no cuidador é remontar ao trabalho incógnito, muitas vezes solitário, de tantas mulheres eleitas em família por herança cultural, mas sem o devido preparo assistencial, como cuidadoras dos idosos de casa.

Aquelas que não se afastavam dos mais próximos, arcavam inevitavelmente com a responsabilidade de cuidador principal não por opção pessoal, disponibilidade ou capacidade para tal, mas por obrigação ou dever.

Geralmente se designa um membro feminino para se encarregar dessa tarefa. De fato, os cuidados sempre estiveram, e ainda estão, por conta das mulheres. As esposas (58%) cuidam de seus maridos idosos; as filhas (36%), de suas mães idosas. Hoje, verifica-se que uma parcela ainda pequena de homens é designada para a função de cuidados com o idoso de casa, especialmente por parte de aposentados.

Pensar no cuidador familiar é assegurar-se fundamentalmente que suas práticas paliativas sejam caracterizadas como humanistas, ou seja, como “manifestação de apreço, preocupação e presença solidária com os doentes”. Trata-se de um processo de mudança cultural de contornos ainda pouco precisos, mas que, inegavelmente, procura humanizar o momento da morte, encarando, pois, as relações médico-paciente, cuidador/família e idoso em final de vida, sob um olhar mais humanista.

Pensar em cuidados paliativos é pensar na vida, seu início e seu fim, assim o enuncia Rubem Alves, saudoso filósofo contemporâneo: “A vida começa com uma chegada. Termina com uma despedida. Chegada e partida são, igualmente, partes da vida. A gente prepara com carinho e alegria a chegada. Tem de preparar também com carinho e tristeza a despedida…”.

Ao refletir sobre o cuidado como algo básico e fundamental por possibilitar condições de existência e a solidariedade com o outro como aquilo que define a vida humana, ratificamos que os cuidados ao nascer ou ao nos despedir da vida envolvem práticas comuns, ordinárias, cotidianas, mas que junto a elas estão experiências particulares de vida que circunscrevem o espaço em que essas atividades vão abrindo caminho, o que se configura como um campo de atuação chamado, nesse artigo, por “assistência paliativa”.

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Para refletir sobre os modos de fazer os cuidados paliativos e seus efeitos, levando-se em conta a solidariedade, condição definidora da vida humana, referida anteriormente, é preciso, a nosso ver, apreendê-los de forma muito cuidadosa. É o que chama a atenção este estudo, a começar pela coleta de dados, de modo a permitir que se aprecie inclusive a diferença entre as práticas de um cuidador e de outro que, na verdade, escondem-se nos processos do fazer cotidiano.

Este texto faz parte do livro Envelhecimento Ativo e seus Fundamentos. São 19 artigos produzidos por pesquisadores do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da PUC-SP, tem 572 páginas e está dividido em quatro sessões: Vida Saudável, Vida Ativa, Seguridade Social e Educação Permanente, que são os quatro pilares do Envelhecimento Ativo. O livro se encontra à venda na Loja do Portal Edições por um preço especial e tem ainda os pacotes promocionais que você pode conferir clicando a seguir.

Envelhecimento Ativo e seus Fundamentos
Formato: 16 x 23
Tamanho: 572 páginas
Papel: pólen 80g

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